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Carga do novo coronavírus tem forte aumento nos esgotos de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza e Recife
Devido ao aumento da carga do novo coronavírus (SARS-CoV-2) nos esgotos de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza e Recife na semana epidemiológica 3 de 2022, de 16 a 22 de janeiro, a Rede Monitoramento COVID Esgotos emitiu a Nota de Alerta nº 05/2022. Além disso, a Rede observou um aumento das cargas em relação à semana epidemiológica 1 deste ano, de 2 a 8 de janeiro, sendo que a presença do vírus já estava elevada em todas as seis capitais monitoradas, inclusive no Rio de Janeiro, o que motivou a publicação da Nota de Alerta anterior.
O aumento nas cargas virais foi acompanhado pela elevação do número de casos de COVID-19 na maioria das regiões monitoradas nas cinco capitais. Com isso, as medidas de prevenção e controle para a redução da disseminação do vírus causador da pandemia devem ser mantidas em todas as cidades monitoradas. No caso do Rio de Janeiro, o acompanhamento está temporariamente interrompido e será retomado em breve. Por isso, a ausência de dados da capital fluminense na Nota de Alerta nº 05/2022 não significa que a capital fluminense esteja com baixas cargas virais em seus esgotos.
Em Belo Horizonte foi registrada a maior carga viral desde o início do monitoramento na cidade em abril de 2020: um total de 622 bilhões de cópias do vírus por dia para cada 10 mil habitantes nas duas principais estações de tratamento de esgotos (ETE) da capital mineira, que atendem a aproximadamente 70% da população belo-horizontina: a ETE Arrudas e a ETE Onça. A título de comparação, na primeira semana epidemiológica do ano essa carga foi de 143 bilhões de cópias por dia para cada 10 mil habitantes na capital mineira, ou seja, quatro vezes menor.
Situação semelhante foi verificada em Brasília, onde a carga viral da semana 3 de 2022 foi a segunda maior do histórico iniciado em março do ano passado: 2,549 trilhões de cópias por dia para cada 10 mil habitantes. Tal carga é mais de quatro vezes superior à registrada na primeira semana epidemiológica deste ano: 608 bilhões de cópias. A Rede Monitoramento COVID Esgotos utiliza as cargas das oito ETEs responsáveis pelo tratamento dos esgotos de cerca de 80% da população do Distrito Federal.
Já em Curitiba a carga do novo coronavírus na semana epidemiológica 3 foi a maior do histórico de monitoramento iniciado em março de 2021: 967 bilhões de cópias por dia para cada 10 mil habitantes. Desde a última semana epidemiológica do ano passado, a carga viral vem aumentando significativamente e de forma gradativa na capital paranaense. Em Curitiba a Rede Monitoramento COVID Esgotos soma as cargas das cinco ETEs que atendem toda a população curitibana e de parte da região metropolitana.
Fortaleza também teve a maior carga viral em seus esgotos na semana epidemiológica 3 de 2022 desde o início do monitoramento na cidade em junho de 2021: 2,96 trilhões de cópias por dia para cada 10 mil habitantes. Em comparação à semana 1 deste ano, quando a carga observada foi de 891 bilhões de cópias, a carga mais que triplicou. Para a capital cearense a Rede considera as cardas de três ETEs que atendem a cerca de 65% da população da cidade.
Outra capital nordestina com a maior carga do novo coronavírus de seu histórico de monitoramento, iniciado em maio de 2021, foi Recife. A cidade registrou 81 bilhões de cópias do vírus por dia para cada 10 mil habitantes na semana epidemiológica 3 deste ano. Tal carga é 18 vezes maior que a registrada na semana 1 de 2022: 4,4 bilhões de cópias.
Embora o material genético do novo coronavírus tenha sido detectado no esgoto dessas cidades, não há evidências de que o vírus se encontre em sua forma ativa e infecciosa nesse ambiente. Portanto, ainda não há qualquer comprovação científica de que a COVID-19 possa ser transmitida por meio de resíduos fecais, esgoto ou água contaminada. Além disso, a Rede não compara as cargas de diferentes cidades, considerando cada realidade isoladamente.
Sobre a Rede Monitoramento COVID Esgotos
A Rede Monitoramento COVID Esgotos, lançada em webinar realizado em 16 de abril de 2021, acompanha as cargas virais e concentrações do novo coronavírus no esgoto de seis capitais e cidades que integram as regiões metropolitanas de: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. Esse trabalho, uma das maiores iniciativas brasileiras de monitoramento da COVID-19 no esgoto, busca ampliar as informações para o enfrentamento da pandemia atual.
Nesse sentido, os resultados gerados sobre a ocorrência do novo coronavírus no esgoto das cidades em questão podem auxiliar as autoridades locais de saúde na tomada de decisões relacionadas à manutenção ou flexibilização das medidas de controle para a disseminação da COVID-19. Também podem fornecer alertas precoces dos riscos de aumento de incidência do vírus de forma regionalizada.
Com os estudos o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus no esgoto das diferentes regiões monitoradas, o que pode ajudar a entender a dinâmica de circulação do vírus. Outra linha de atuação é o mapeamento do esgoto para identificar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos como uma ferramenta de alerta precoce para novos surtos, por exemplo.
Informações mais detalhadas sobre os pontos de monitoramento, incluindo a justificativa para o monitoramento de cada ponto, constam do Boletim de Apresentação da Rede. O histórico de resultados pode ser consultado nos Boletins de Acompanhamento, disponíveis no site da ANA. Acesse também o Painel Dinâmico da Rede Monitoramento COVID Esgotos, onde são disponibilizados semanalmente os resultados para todas as regiões que integram a Rede.
A Rede é coordenada pela ANA e INCT ETEs Sustentáveis com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e conta com os seguintes parceiros: Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além disso, a Rede conta com a parceria de companhias de saneamento locais e secretarias estaduais de Saúde.
Assessoria Especial de Comunicação Social (ASCOM)
Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)
(61) 2109-5129/5495/5103
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