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Na semana epidemiológica 12 de 2021, entre 22 e 26 de março, o projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos registrou uma carga viral máxima de 37 trilhões de cópias do novo coronavírus. Este é o maior valor registrado na capital mineira desde o início do monitoramento em abril de 2020, sendo que a tendência é de elevação.
Carga do coronavírus no esgoto de Belo Horizonte é a maior desde o início do monitoramento e segue com tendência de aumento
Nas semanas epidemiológicas 11 (de 15 a 19 de março) e 12 (de 22 a 26 de março) deste ano, o projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos detectou uma carga viral máxima respectivamente de 22 e 37 trilhões de cópias do novo coronavírus (COVID-19) por dia nas amostras de esgoto de Belo Horizonte de acordo com o Boletim de Acompanhamento nº 34 , divulgado nesta sexta-feira, 2 de abril.
Este patamar de 37 trilhões de cópias é o maior já registrado pelo projeto-piloto desde seu início em abril de 2020, sendo que o recorde anterior ocorreu na semana epidemiológica 52/2020, que coincidiu com o Natal do ano passado, quando foram identificadas 36 trilhões de cópias. Além disso, a carga da última semana de monitoramento é 105% superior à observada em julho de 2020, um dos meses mais críticos da pandemia na capital mineira em termos de demanda no sistema local de saúde, quando foram registradas 18 trilhões de cópias.
Segundo o Boletim de Acompanhamento nº 34, a carga viral identificada em Belo Horizonte na semana epidemiológica 12/2021 segue com tendência de aumento desde a semana 7/2021, em meados de fevereiro deste ano, como pode ser observado no gráfico a seguir. A gravidade da situação ensejou medidas de prevenção e controle para reduzir a circulação o vírus na capital mineira, conforme explica o documento do projeto-piloto. “Diante do agravamento da pandemia em Belo Horizonte e no Estado de Minas Gerais, os governos estadual e municipal intensificaram as medidas de prevenção e controle, tal como o distanciamento social e restrição mais acentuada para atividades não essenciais, visando à redução da disseminação do vírus no município.”
Levando em conta a metodologia adotada a partir do Boletim nº 29 , a estimativa da população infectada passa a ser considerada por faixas mínima, média e máxima. Nesse sentido, o Boletim de Acompanhamento nº 34 estima que a população total infectada em Belo Horizonte seja respectivamente de 230, 300 e 420 mil pessoas com base nas faixas. Como comparação, o Boletim nº 33 , referente à quinzena anterior, estimou a população infectada mínima, média e máxima nos patamares de 160, 215 e 290 mil pessoas. Veja a seguir o gráfico que ilustra a variação do equivalente populacional, conforme a carga viral identificada.
O Boletim nº 34 é o último do projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos, já que a partir do próximo boletim a iniciativa englobará cinco capitais além de Belo Horizonte: Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. Com isso, a ação passará a ser nacional mudará de nome para: Rede Monitoramento COVID Esgotos .
Os resultados das amostras de esgotos coletadas durante todo o projeto estão acessíveis no Painel Dinâmico Monitoramento COVID Esgotos (dashboard) em: https://bit.ly/dashboard_covid_esgotos .
Sobre o projeto-piloto
O projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos tem o objetivo de monitorar a presença do novo coronavírus nas amostras de esgoto coletadas em diferentes pontos do sistema de esgotamento sanitário das cidades de Belo Horizonte e Contagem, inseridos nas bacias hidrográficas dos ribeirões Arrudas e do Onça. Assim é possível gerar dados para a sociedade e ajudar gestores na tomada de decisão.
O trabalho é fruto de Termo de Execução Descentralizada (TED) firmado entre a ANA e o INCT ETE Sustentáveis/ UFMG. Com os estudos, o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus nas diferentes regiões analisadas para entender a prevalência e a dinâmica de circulação do vírus.
Os pesquisadores participantes no estudo reforçam que não há evidências da transmissão do vírus através das fezes (transmissão feco-oral) e que o objetivo da pesquisa é mapear os esgotos para indicar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos a partir do esgoto como uma ferramenta de aviso precoce para novos surtos, por exemplo.
Com os dados obtidos, é possível saber como está a ocorrência do novo coronavírus por região, o que pode direcionar a adoção ou não de medidas de relaxamento consciente do distanciamento social. Também pode possibilitar avisos precoces dos riscos de aumento de incidência da COVID-19 de forma regionalizada, embasando a tomada de decisão pelos gestores públicos.
Sobre os parceiros do projeto-piloto
ANA
Criada pela Lei nº 9.984/2000, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) é a agência reguladora dedicada a implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos, a Lei das Águas, e coordenar o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH). Com a aprovação do novo marco legal do saneamento básico pela Lei nº 14.026/2020, também cabe ao órgão editar normas de referência para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico.
Esse trabalho é feito por meio de ações de regulação, monitoramento, gestão e planejamento de recursos hídricos. Além disso, a ANA emite e fiscaliza o cumprimento de normas, em especial as outorgas em corpos d’água de domínio da União – interestaduais, transfronteiriços e reservatórios federais. Também é a responsável pela fiscalização da segurança de barragens de usos múltiplos das águas outorgadas pela instituição.
INCT ETEs Sustentáveis/UFMG
O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis) estuda questões sobre o esgoto sanitário, notadamente para países em desenvolvimento, de forma a contribuir para a promoção de mudanças estruturais e estruturantes nos serviços de esgotamento sanitário, a partir da capacitação profissional, desenvolvimento de soluções tecnológicas apropriadas às diversas realidades nacionais, construção e transmissão de conhecimento para a sociedade, órgãos governamentais e empresariais.
IGAM
Criado em 1997, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) é vinculado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Integra o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) na esfera federal. Na estadual, faz parte do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SISEMA). Entre as responsabilidades do IGAM estão a proteção, gestão e controle dos recursos hídricos; monitoramento da qualidade da água; autorização e acompanhamento de obras que interferem nos cursos d'água; emissão de alertas de tempestades; fiscalização, monitoramento e elaboração de relatórios técnicos.
COPASA
Criada pelo Estado de Minas Gerais, em 1963, com a denominação Companhia Mineira de Água e Esgoto (COMAG), em 1974, com a incorporação do Departamento Municipal de Águas e Esgoto (DEMAE), teve o nome social alterado para Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA).
Com sede em Belo Horizonte, a Companhia é uma sociedade de economia mista, de capital aberto, controlada pelo Governo do Estado de Minas Gerais, que tem como objetivo planejar, projetar, executar, ampliar, remodelar, administrar e explorar serviços públicos de abastecimento de água e de esgoto, podendo atuar no Brasil e no exterior. Atualmente, a COPASA detém a concessão do sistema de abastecimento de água de 641 municípios, sendo que destes, também, detém a concessão do sistema de esgotamento sanitário de 311 municípios mineiros.
SES-MG
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) é responsável pela gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Estado. Além disso, uma das metas da SES-MG é apoiar os municípios no processo de planejamento, fortalecimento e gestão do SUS para o desenvolvimento de políticas de saúde focadas no cidadão e em consonância com as especificidades regionais, com transparência e participação social. Para outras informações sobre saúde, acesse: www.saude.mg.gov.br .