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Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza e Recife seguem com baixa carga do novo coronavírus em seus esgotos. Brasília e Rio de Janeiro continuam com cargas elevadas
O Boletim de Acompanhamento nº 08/2021 da Rede Monitoramento COVID Esgotos , com dados até 13 de novembro, semana epidemiológica 45, identificou baixas cargas do novo coronavírus nos esgotos de quatro capitais: Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza e Recife. Porém, outras duas cidades se mantiveram com elevadas cargas virais: Rio de Janeiro e Brasília, sendo que a capital federal registrou a menor carga do novo coronavírus do histórico de monitoramento de seu esgoto, iniciado em março, na semana 44. Veja as informações por cidade a seguir.
Belo Horizonte (MG)
Em Belo Horizonte a Rede Monitoramento COVID Esgotos observou uma baixa carga do novo coronavírus nos esgotos nas bacias dos ribeirões Arrudas e Onça entre as semanas epidemiológicas 42 (de 17 a 23 de outubro) e 45 (7 a 13 de novembro). Nesse período, a carga viral variou entre 22,4 bilhões de cópias do novo coronavírus por dia para cada 10 mil habitantes na semana 42 e 11,2 bilhões na semana 44 (31 de outubro a 6 de novembro), conforme o gráfico a seguir.
Evolução da carga viral no esgoto de Belo Horizonte
Por outro lado, especificamente na semana epidemiológica 45, o novo coronavírus foi detectado em alta concentração (acima de 25 mil cópias por litro das amostras) no ponto do Interceptor Córrego Cardoso, indicado em vermelho no mapa “d” a seguir. Nos demais pontos da rede de esgotamento monitorados, houve o predomínio da concentração viral baixa (entre 1 e 4 mil cópias por litro) ou média (entre 4 mil e 25 mil cópias por litro), o que está representado respectivamente em amarelo e laranja nos mapas abaixo.
Distribuição espacial das concentrações do novo coronavírus nas ETEs monitoradas em Belo Horizonte entre as semanas epidemiológicas 42 e 45
Dentre os seis pontos especiais de monitoramento na capital mineira, entre as semanas 42 e 45, o novo coronavírus foi detectado somente no Aeroporto Internacional de Confins e no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Conforme a tabela a seguir, em ambos os pontos o novo coronavírus foi detectado em concentrações consideradas baixas: na faixa entre 1 e 4 mil cópias por litro das amostras. Na semana 44, porém, houve um registro de concentração alta – acima de 25 mil cópias por litro – no ponto da UFMG.
Concentração do novo coronavírus no esgoto dos pontos especiais de monitoramento em Belo Horizonte
Brasília (DF)
Na semana epidemiológica 44 (de 31 de outubro a 6 de novembro), Brasília registrou a menor carga do novo coronavírus em seus esgotos desde o início do acompanhamento da Rede Monitoramento COVID Esgotos em março deste ano: 62,3 bilhões de cópias do vírus por dia para cada 10 mil habitantes. Essa carga considera a soma das cargas das oito estações de tratamento de esgotos (ETEs), que, juntas, atendem a cerca de 80% da população do Distrito Federal. Apesar disso, as cargas virais permanecem altas no esgoto do Distrito Federal, que é a terceira unidade da Federação em número de casos de COVID-19 para cada 100 mil habitantes.
Na semana epidemiológica 45 (7 a 13 de novembro) a carga subiu consideravelmente para 137,9 bilhões de cópias por dia para cada 10 mil habitantes, interrompendo a tendência de queda registrada desde a semana 38 (19 a 25 de setembro).
Evolução da carga viral no esgoto do Distrito Federal
O aumento da carga viral no esgoto na semana 45 refletiu o aumento das concentrações virais na maioria das estações de tratamento de esgotos monitoradas no DF, exceto a ETE Brasília Norte (com redução da concentração do vírus) e a ETE Samambaia (com concentração estável) em comparação à semana epidemiológica 44. Na maioria dos pontos monitorados na semana 45, foi observada uma concentração moderada do novo coronavírus, na faixa entre 4 mil e 25 mil cópias por litro das amostras, representada em laranja nos mapas a seguir.
Distribuição espacial das concentrações do novo coronavírus nas ETEs monitoradas no DF entre as semanas epidemiológicas 42 e 45
Curitiba (PR)
Entre as semanas epidemiológicas 42 (de 17 a 23 de outubro) e 45 (7 a 13 de novembro), Curitiba registrou as menores cargas do novo coronavírus em seu esgoto. No período a menor carga observada foi de 1,9 bilhão de cópias por dia para cada 10 mil habitantes na semana 44 (31 de outubro a 6 de novembro) e a maior ocorreu na semana 43: 6,3 bilhões de cópias. Esse é o menor patamar registrado na capital paranaense desde o início do acompanhamento pela Rede Monitoramento COVID Esgotos em março deste ano. A menor carga viral medida antes da semana 42 tinha sido de 10,3 bilhões de cópias na semana epidemiológica 13 (28 de março a 3 de abril).
Evolução da carga viral no esgoto de Curitiba
Exceto na ETE Belém, na semana 43 (24 a 30 de outubro), todas as amostras coletadas nas estações de tratamento de esgotos da cidade entre as semanas 42 e 45 permaneceram com baixas concentrações (de 1 a 4 mil cópias por litro das amostras) ou níveis não detectáveis do novo coronavírus. O mesmo aconteceu nas semanas epidemiológicas 44 e 45, quando todos os pontos na capital paranaense apresentaram concentrações baixas ou não detectáveis do novo coronavírus, o que está representado respectivamente em amarelo e verde nos mapas a seguir. Somente no ponto próximo à Rodoferroviária de Curitiba foi observada uma concentração moderada (de 4 mil a 25 mil cópias por litro), indicada em laranja nos mapas “c” e “d” abaixo.
Distribuição espacial das concentrações do novo coronavírus nas ETEs monitoradas em Curitiba entre as semanas epidemiológicas 42 e 45
No ponto especial de monitoramento do Aeroporto Internacional Afonso Pena, o vírus não foi detectado entre as semanas epidemiológicas 41 e 45. Essa é a maior sequência de coletas sem a detecção do novo coronavírus no Aeroporto desde o início do acompanhamento em junho deste ano, conforme a tabela a seguir.
Concentração do novo coronavírus no esgoto do ponto especial de monitoramento em Curitiba
Fortaleza (CE)
Conforme os dados da Rede Monitoramento COVID Esgotos, entre as semanas epidemiológicas 42 (de 17 a 23 de outubro) e 45 (7 a 13 de novembro), a carga do novo coronavírus aumentou no esgoto de Fortaleza. Especificamente na semana 45, a capital cearense registrou a segunda maior carga viral do histórico iniciado em julho deste ano: 18,98 bilhões de cópias do vírus por dia para cada 10 mil habitantes. A maior carga foi observada logo na semana 23 (6 a 12 de junho), a primeira do monitoramento em Fortaleza: 33,99 bilhões de cópias.
Evolução da carga viral no esgoto de Fortaleza
Entre as semanas epidemiológicas 42 e 45, a Rede Monitoramento COVID Esgotos detectou o novo coronavírus numa maior quantidade de pontos, passando de dois para sete nesse período. Na Estação de Pré-Condicionamento, que recebe a maior parte do esgoto coletado na capital cearense, houve aumento da concentração do vírus entre as semanas 43 e 45, chegando a um nível moderado (entre 4 mil e 25 mil cópias do vírus por litro das amostras), indicado em laranja nos mapas “b” e “d” a seguir.
Distribuição espacial das concentrações do novo coronavírus nos pontos monitorados em Fortaleza entre as semanas epidemiológicas 42 e 45
Recife (PE)
Entre as semanas epidemiológicas 42 (de 17 a 23 de outubro) e 45 (7 a 13 de novembro), a Rede Monitoramento COVID Esgotos registrou em Recife baixas cargas virais, que variaram entre zero (na semana 43) e 3,4 bilhões (na semana 42) de cópias do novo coronavírus por dia para cada 10 mil pessoas. Nas semanas 44 e 45, foram observadas respectivamente as cargas de 2,3 bilhões e 0,2 bilhão de cópias por dia para cada 10 mil habitantes.
Evolução da carga viral no esgoto de Recife
Ainda no período entre as semanas 42 e 45, todos os pontos de monitoramento em Recife seguiram com baixa concentração do novo coronavírus (entre 1 e 4 mil cópias por litro) ou mesmo a ausência do vírus, situações respectivamente indicadas em amarelo e verde nos mapas a seguir.
Distribuição espacial das concentrações do novo coronavírus nas ETEs monitoradas em Recife entre as semanas epidemiológicas 42 e 45
Rio de Janeiro (RJ)
Nas semanas epidemiológicas 42 (de 17 a 23 de outubro) a 45 (7 a 13 de novembro), a Rede Monitoramento COVID Esgotos registrou que as cargas virais no esgoto do Rio de Janeiro variaram entre 82,03 bilhões e 293,81 bilhões de cópias do novo coronavírus por dia para cada 10 mil habitantes respectivamente nas semanas 42 e 44 (31 de outubro a 6 de novembro). Os dados das últimas quatro semanas monitoradas confirmam a tendência geral de redução da carga viral nos pontos acompanhados, o que foi apontado nos boletins anteriores (6 e 7), que podem ser acessados em: https://www.gov.br/ana/pt-br/assuntos/acontece-na-ana/monitoramento-covid-esgotos .
Na ETE Pedra de Guaratiba, o vírus não foi detectado nas semanas epidemiológicas 44 e 45. O mesmo aconteceu nas estações de tratamento de esgotos Barra da Tijuca e Ilha do Governador apenas na semana 44.
Evolução da carga viral no esgoto do Rio de Janeiro
Nos pontos da ETE Barra da Tijuca, Estação Elevatória André Azevedo e Estação Elevatória Leblon as concentrações observadas na semana 45 foram consideradas altas (acima de 25 mil cópias por litro das amostras), representadas em vermelho no mapa “d” abaixo.
Distribuição espacial das concentrações do novo coronavírus nos pontos monitorados no Rio de Janeiro entre as semanas epidemiológicas 42 e 45
Sobre a Rede Monitoramento COVID Esgotos
A Rede Monitoramento COVID Esgotos, lançada em webinar realizado em 16 de abril , acompanha as cargas virais e concentrações do novo coronavírus no esgoto de seis capitais e cidades que integram as regiões metropolitanas de: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. Esse trabalho, uma das maiores iniciativas brasileiras de monitoramento da COVID-19 no esgoto, busca ampliar as informações para o enfrentamento da pandemia de COVID-19.
Nesse sentido, os resultados gerados sobre a ocorrência do novo coronavírus no esgoto das cidades em questão podem auxiliar as autoridades locais de saúde na tomada de decisões relacionadas à manutenção ou flexibilização das medidas de controle para a disseminação da COVID-19. Também pode fornecer alertas precoces dos riscos de aumento de incidência do vírus de forma regionalizada.
Com os estudos, o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus no esgoto das diferentes regiões monitoradas, o que pode ajudar a entender a dinâmica de circulação do vírus. Outra linha de atuação é o mapeamento do esgoto para identificar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos como uma ferramenta de alerta precoce para novos surtos, por exemplo.
O último Boletim de Acompanhamento se soma aos boletins já publicados da Rede Monitoramento COVID Esgotos e aos 34 Boletins de Acompanhamento produzidos no contexto do projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos , realizado com base em amostras de esgotos em Belo Horizonte e Contagem (MG). As lições aprendidas com o projeto-piloto são a base para os trabalhos da Rede.
A Rede é coordenada pela ANA e INCT ETEs Sustentáveis com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e conta com os seguintes parceiros: Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além disso, a Rede conta com a parceria de companhias de saneamento locais e secretarias estaduais de Saúde.
Sobre os parceiros do projeto
ANA
Criada pela Lei nº 9.984/2000, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) é a agência reguladora dedicada a implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos, a Lei das Águas, e coordenar o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH). Com a aprovação do novo marco legal do saneamento básico pela Lei nº 14.026/2020 , também cabe ao órgão editar normas de referência para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico.
Esse trabalho é feito por meio de ações de regulação, monitoramento, gestão e planejamento de recursos hídricos. Além disso, a ANA emite e fiscaliza o cumprimento de normas, em especial as outorgas em corpos d’água de domínio da União – interestaduais, transfronteiriços e reservatórios federais. Também é a responsável pela fiscalização da segurança de barragens de usos múltiplos das águas outorgadas pela instituição.
INCT ETEs Sustentáveis
O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis) estuda questões sobre o esgoto sanitário, notadamente para países em desenvolvimento, de forma a contribuir para a promoção de mudanças estruturais e estruturantes nos serviços de esgotamento sanitário, a partir da capacitação profissional, desenvolvimento de soluções tecnológicas apropriadas às diversas realidades nacionais, construção e transmissão de conhecimento para a sociedade, órgãos governamentais e empresariais.