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Análise de qualidade da água do rio Tocantins indica que não houve vazamento de ácido sulfúrico e defensivos agrícolas após desabamento de ponte
Ponto do desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira sobre o rio Tocantins (TO/MA)
Nesta sexta-feira, 27 de dezembro, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) divulgou Comunicado com resultados de análises de qualidade da água do rio Tocantins após o desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), no último domingo, 22. Dois dias após o desabamento, que resultou na queda de três caminhões no leito do rio, um deles contendo ácido sulfúrico e dois transportando defensivos agrícolas, técnicos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão (SEMA/MA) determinaram em campo parâmetros básicos de qualidade da água e realizaram coletas de amostras da água, que foram analisadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB).
Os resultados divulgados hoje, 27 de dezembro, indicaram que no dia 24 não tinha ocorrido vazamento de ácido sulfúrico em quatro pontos monitorados entre a Ponte e a captação da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (CAEMA) para abastecimento público em Imperatriz (MA), que fica a 120km a jusante (rio abaixo) do acidente. Isso porque não foram detectadas alterações na temperatura da água, no pH (que indica sua acidez) e na condutividade elétrica da água nos quatro pontos de monitoramento.
Além disso, a análise das coletas do dia 24 não detectou a presença das substâncias acetomiprido (inseticida) e picloram (herbicida) em nenhum dos quatro pontos monitorados. Já a substância 2,4-D foi detectada somente no ponto de coleta de Porto Franco (MA) com uma concentração de 0,2 microgramas por litro (µg/L), sendo que a Portaria GM/MS nº 888/2021, que trata de potabilidade, estabelece como Valor Máximo Permitido a concentração de 30µg/L para esse herbicida. Com isso, o 2,4-D estava 150 vezes abaixo do máximo permitido pela norma do Ministério da Saúde (MS).
Essa concentração de 2,4-D é considerada normal em rios que atravessam áreas agrícolas, como o rio Tocantins, e, por isso, não foram encontrados indícios de contaminação da água por defensivos agrícolas decorrente do acidente na Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira. Além disso, as análises realizadas pela CETESB apontaram para resultados semelhantes aos da EMBRAPA, já que não foi detectada a presença das substâncias acetomiprido, picloram e 2,4-D acima dos limites de quantificação dos métodos analíticos empregados e, portanto, dentro dos limites de potabilidade.
Conforme o Comunicado da ANA de 27 de dezembro, enquanto o material químico estiver submerso no rio Tocantins, há o risco de eventual rompimento dos recipientes de defensivos agrícolas e a contaminação da água, o que pode acarretar impactos para o meio ambiente, usos múltiplos da água e abastecimento público de comunidades ribeirinhas e cidades ao longo do rio abaixo do ponto do acidente.
O primeiro ponto de monitoramento é na barragem da hidrelétrica de Estreito, que não foi afetada pelo acidente. O segundo fica perto da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira. Já o terceiro ponto escolhido se localiza em Porto Franco (MA), 30km a jusante do desastre. Por último, o quarto ponto está próximo à captação de água do rio Tocantins para abastecimento da CAEMA em Imperatriz (MA). Acesse aqui o mapa.
Sala de Crise
Em conjunto o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Ministério da Saúde, Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC/MIDR), Serviço Geológico do Brasil (SGB) e com outros órgãos nas esferas federal e dos estados do Maranhão e Tocantins; a ANA vem realizando avaliações e promovendo as análises necessárias com foco especialmente no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) do ponto do acidente.
Na próxima segunda-feira, 30 de dezembro, a partir das 16h, acontecerá a 2ª Reunião da Sala de Crise sobre Acidente em Ponte do Rio Tocantins na BR-226 para acompanhamento da situação e atualização de informações, que serão compartilhadas pelas instituições federais e estaduais que estão atuando nesse acidente. A reunião será transmitida ao vivo pelo canal da ANA no YouTube.
O que fazer se encontrar embalagens de defensivos agrícolas
Caso a população que vive no trecho do rio Tocantins abaixo do ponto do acidente encontre defensivos agrícolas na água ou nas margens do rio, é necessário acionar a SEMA/MA, a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Tocantins (SEMARH/TO) ou as defesas civis do Maranhão ou de Tocantins.
Rio Tocantins
Com aproximadamente 2400km de extensão, o rio Tocantins é o segundo maior curso d’água 100% brasileiro, ficando atrás somente dos cerca de 2800km do rio São Francisco. O Tocantins nasce entre os municípios goianos de Ouro Verde de Goiás e Petrolina de Goiás. Ele também atravessa Tocantins, Maranhão e tem sua foz no Pará perto da capital Belém. O rio pode ser chamado de Tocantins-Araguaia por se encontrar com o rio Araguaia entre Tocantins e Pará. Os dois cursos d’água também dão nome à Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia, que é a maior do Brasil em área de drenagem 100% em território nacional.
Assessoria Especial de Comunicação Social (ASCOM)
Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)
(61) 2109-5129/5495/5103
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