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ANA e Serviço Geológico do Brasil abrem o 19º Curso Internacional de Medições em Grandes Rios em Manaus
Nesta sexta-feira, 25 de agosto, em Manaus (AM), a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Serviço Geológico do Brasil (SGB) realizaram a abertura da programação presencial do 19º Curso Internacional de Medições em Grandes Rios: Técnicas de Medição na sede do SGB na capital amazonense. O treinamento acontece presencialmente, de 25 de agosto a 2 de setembro, para capacitar 42 profissionais que atuam nessa temática no Brasil, na Argentina e no Paraguai. A iniciativa é realizada em Manaus e Manacapuru (AM) numa parceria das duas instituições com apoio da Marinha do Brasil, Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).
Realizado em português e com carga de 80 horas, o curso acontece pela primeira vez desde 2019, antes da pandemia. O objetivo do Curso Internacional de Medições em Grandes ‘’Rios é capacitar os profissionais da área de recursos hídricos do Brasil e de países da América do Sul nas metodologias utilizadas no trabalho de medição, cálculo de descarga líquida e determinação dos parâmetros de qualidade de água em grandes rios.
Na solenidade de abertura, a diretora da Agência Ana Carolina Argolo abordou a importância do conhecimento difundido pelo Curso e seus efeitos práticos. “É muito satisfatório ver que o pessoal da ANA e pessoas de outras instituições, de outros países, estão todos engajados em se capacitar, melhorar e aprender para que a gente possa ter os dados mais acurados e mais fidedignos possíveis e para que a gente possa ter uma melhor gestão de recursos hídricos”, afirmou Argolo.
A diretora de Hidrologia e Gestão Territorial do SGB, Alice de Castilho, apresentou o histórico dessa capacitação desde quando ela era somente para especialistas brasileiros. Também destacou o caráter único do treinamento por acontecer na bacia do maior rio do mundo em vazão. “O Curso é fantástico. Vocês vão ver uma coisa que nunca viram na vida. Vocês vão ver o rio Amazonas, o rio Solimões em Manacapuru. Vocês vão medir uma vazão da ordem de 100.000 metros cúbicos por segundo, que é a metade da vazão média do rio Amazonas na sua foz”, disse a dirigente.
Já o superintendente adjunto de Gestão da Rede Hidrometeorológica da ANA, Wesley de Souza, enfatizou que os dados hidrológicos não são um fim, mas um insumo para tomada de decisão sobre a gestão das águas. “Nós estamos falando em nos apropriarmos de conhecimento de uma técnica para operar e fornecer os melhores dados que a gente conseguir de redes hidrológicas”, destacou o servidor da Agência.
Também participaram da abertura do 19º Curso o chefe do Departamento de Hidrologia do SGB, Frederico Peixinho; o capitão de fragata Jorge Luiz de Paula, representando a Marinha do Brasil; e o superintendente de Manaus do SGB, Marcelo Motta. Após a solenidade, o superintendente adjunto Wesley fez uma apresentação com o tema Rede Hidrometeorológica Nacional: Panorama, Desafios e Perspectivas. Em seguida, Frederico Peixinho abordou a importância do dado hidrológico para diferentes finalidades, como para previsão e alerta de secas e enchentes e para a gestão de recursos hídricos.
Com a medição em grandes rios, os especialistas podem calcular a disponibilidade de água de um rio de grande porte – como é o caso do Solimões, onde acontecem as atividades de campo – utilizando técnicas modernas e tradicionais, com as quais também é possível realizar o controle de inundações, como já acontece no entorno de Manaus. Essa capacitação também busca disseminar técnicas de medição de vazão, determinação de parâmetros de qualidade de água e amostragem de sedimentos em suspensão.
A partir do Curso Internacional, a ANA também vem integrando dados de monitoramento com países amazônicos, já que a bacia do rio Amazonas é transfronteiriça e recebe águas de outras nações, como Bolívia, Colômbia, Peru, entre outras. Cerca de 900 especialistas brasileiros e de outros países já realizaram o treinamento, como: Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Guiana, Paraguai, Suriname e Venezuela.
O local escolhido para as atividades práticas do Curso é uma das maiores seções de medição do planeta, devido ao grande volume de água que passa no rio Solimões no trecho selecionado. Durante a capacitação, em 2012, já foi medida uma vazão de 160.000m³/s (160 milhões de litros por segundo), patamar que não existe em nenhum outro lugar do mundo, além da bacia hidrográfica do rio Amazonas. Com esta vazão seria possível suprir 142 vezes o consumo médio de água do Brasil, que é de 1.125m³/s segundo o relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil, da ANA.
A primeira edição dessa capacitação aconteceu em 1985 e teve continuidade anualmente até 1988 sob coordenação do extinto Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica (DNAEE), do Ministério de Minas e Energia (MME). Depois disso, o treinamento foi oferecido em 1994, 1996, 2000 e 2002. No período entre 2004 a 2019, o evento voltou a ser realizado anualmente pela ANA, totalizando 25 edições, das quais 18 foram internacionais. Em 2020, o treinamento foi cancelado em virtude da pandemia do novo coronavírus (COVID-19), e, agora em 2023, acontece a retomada do Curso.
Rede Hidrometeorológica Nacional
A ANA acompanha os rios do Brasil por meio da Rede Hidrometeorológica Nacional, que possui mais de 5 mil estações de monitoramento em todo o País, sendo mais de 2,2 mil fluviométricas (nível e vazão de rios) e mais de 2,7 mil pluviométricas (chuvas). Também há sedimentométricas (sedimentos), de qualidade da água, entre outras. Para acessar dados telemétricos da Rede em tempo real, acesse www.snirh.gov.br/hidrotelemetria ou utilize o aplicativo Hidroweb Mobile, disponível para dispositivos iOS e Android gratuitamente.
Assessoria Especial de Comunicação Social (ASCOM)
Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)
(61) 2109-5129/5495/5103
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