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ANA e entidades definem possível medida para aumentar vazão no rio São Francisco
Reunião extraordinária da Sala de Acompanhamento - Foto: Raylton Alves / Banco de Imagens ANA
Na tarde desta sexta-feira, 11 de outubro, aconteceu a reunião extraordinária da Sala de Acompanhamento da Operação do Sistema Hídrico do Rio São Francisco para avaliar a situação do Baixo São Francisco em função das manchas de óleo próximas à região. No encontro foi aprovada pelos participantes a proposta da Agência Nacional de Águas (ANA) para aumento da vazão na hidrelétrica de Xingó (AL/SE), que atualmente é de aproximadamente 800m³/s, para uma vazão de 1.300m³/s. Esta medida somente será adotada caso a análise ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) identifique risco de contaminação da água do rio pelo óleo na região próxima à foz.
Se esta medida preventiva for necessária, as águas que passam por Xingó, que é a fio d’água (não possui reservatório), levarão cerca de 50 horas para chegarem à foz do Velho Chico na divisa entre Alagoas e Sergipe, já que a hidrelétrica está a 179 km da foz do rio. Para que o aumento da vazão em Xingó possa acontecer, a água precisará ser liberada pela barragem da hidrelétrica de Sobradinho (BA), a maior na calha do rio São Francisco, que está a montante (acima) de Xingó e a 747,8 km da foz.
Caso seja necessário, o aumento da vazão em Xingó causará um incremento na geração hidrelétrica na bacia hidrográfica do rio São Francisco sem comprometer a segurança hídrica na região. Isso porque foi limitada a duração da medida, caso o IBAMA peça a entrada em vigor da nova vazão. O volume útil do reservatório de Sobradinho somente poderá ser reduzido em 1 ponto percentual. A barragem acumula um volume útil de 34,47%. Há um ano o reservatório estava com 24,04% de seu volume útil.
A ANA coordena as reuniões da Sala de Acompanhamento da Operação do Sistema Hídrico do Rio São Francisco, que contam com a participação de uma série de instituições, como: Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Ministério de Minas e Energia (MME), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Casa Civil, IBAMA, Marinha do Brasil, Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade de Sergipe (SEDURBS/SE), Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Alagoas (SEMARH/AL), Agência Pernambucana de Água e Clima (APAC), Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (INEMA/BA), dentre outros participantes.
Rio São Francisco
O rio São Francisco nasce na Serra da Canastra (MG) e chega à sua foz, no Oceano Atlântico, entre Alagoas e Sergipe, percorrendo cerca de 2.800km, passando por Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. O Velho Chico é o rio 100% nacional com maior extensão. A bacia drena territórios de 503 municípios e engloba parte do Semiárido, que corresponde a aproximadamente 58% desta bacia hidrográfica, que está dividida em quatro unidades: Alto, Médio, Submédio e Baixo São Francisco.