O Brasil é um dos países com maior disponibilidade de água. Porém, grande parte desse recurso está concentrada em regiões onde há menor quantidade de pessoas. Nos grandes centros urbanos há elevada densidade populacional e forte demanda pelos recursos hídricos, que, em muitos casos, são atingidos pela poluição e, por consequência, há uma piora considerável na qualidade da água, tornando o abastecimento nas cidades um grande desafio.
Para solucionar essa situação é preciso lidar com a grande diversidade geográfica do país e com as consequências do intenso processo de urbanização ocorrido nas últimas décadas.
Por exemplo, as regiões de clima semiárido, presente em boa parte do Nordeste e no norte de Minas Gerais, possuem mananciais que nem sempre oferecem acesso à água, em quantidade suficiente para os diversos usos dos recursos hídricos, em particular, o abastecimento humano.
Em áreas com maior dinamismo econômico e produtivo, como as regiões metropolitanas, o desafio do abastecimento está relacionado com a frequente utilização da mesma fonte hídrica para diferentes usos, o que resulta em conflitos ligados à quantidade e à qualidade da água. Além disso, o aproveitamento desses mananciais para o abastecimento dos grandes centros urbanos se dá, usualmente, por meio de sistemas que atendem várias cidades de forma simultânea e interligada. Consequentemente, o planejamento, a execução e a operação da infraestrutura hídrica, nessas regiões, são ações mais complexas e exigem maiores investimentos.
É importante destacar que a Agência Nacional de Águas (ANA) não regula o setor de abastecimento. O papel da ANA é consolidar o diagnóstico e elaborar o planejamento dos recursos hídricos e dos setores usuários. Além disso, realiza estudos que servem de base para as instituições públicas - federais e estaduais - que regulam e desenvolvem políticas públicas para o setor de abastecimento público. Assim, é possível atender à necessidade básica da população, assegurar o uso do recurso em atividades produtivas, definir obras e intervenções necessárias de estruturas (barragens, canais e outros), e minimizar os riscos associados a eventos críticos, como secas e cheias, que podem interferir no abastecimento.
No setor público de abastecimento de água no Brasil, a garantia da oferta de água para as sedes urbanas de todo o país pode ser consultada no Atlas do Abastecimento Urbano.
Para evitar riscos ao ecossistema e à saúde da população brasileira que sofre com a falta de tratamento de esgotos adequado, foi elaborado o Atlas Esgotos - Despoluição de Bacias Hidrográficas, estudo que apresenta o cenário atual, analisa dados e propõe ações e uma estratégia para investimentos em esgotamento sanitário com o horizonte de 2035.
Acesse também o mapa interativo do abastecimento urbano de água e visualize as regiões que apresentam maior risco de desabastecimento (baixa garantia hídrica), entre outras informações.