Transmissão vertical
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos.
Elas são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada. A transmissão de uma IST também pode ocorrer por meio da transmissão vertical da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação, quando medidas de prevenção não são realizadas.
A transmissão vertical ocorre quando a criança é infectada por alguma IST durante a gestação, parto, e em alguns casos durante toda amamentação. Todas as gestantes e suas parcerias sexuais devem ser investigadas para IST durante o pré-natal e no momento do parto, especialmente para o HIV, sífilis e hepatites virais B e C. Ao mesmo tempo, devem ser e informadas orientadas sobre as possibilidades de prevenção da transmissão vertical, bem como, sobre a possibilidade de riscos para a criança quando a gestante é infectada, especialmente de HIV/aids, sífilis e hepatites virais B e C.
A presença de IST durante a gestação pode afetar a criança e causar complicações, como: abortamento ou natimortalidade, parto prematuro, doenças congênitas ou morte do recém-nascido.
Importante! O que fazer para prevenção da transmissão vertical do HIV, da sífilis e das hepatites B e C no momento durante a gravidez? Algumas ações são fundamentais para prevenção e eliminação da transmissão vertical:
O cumprimento dessas ações no período pré-natal, reduz significativamente o risco de desfechos desfavoráveis à criança. |
Quando a gestante deve realizar a testagem para infecções sexualmente transmissíveis (IST)?
A testagem para IST durante a gestação é importante, pois possibilita o diagnóstico precoce, permitindo agir em tempo adequado para o controle da infecção materna, bem como, para prevenção da transmissão vertical. Assim, é preciso estar atento(a) aos momentos considerados favoráveis para tomada de decisão, conforme a infecção (HIV, sífilis e hepatite B e C), durante o período de gestação e no momento do parto, conforme apresentadas a seguir:
Para o HIV e a sífilis, a testagem deve ser realizada:
- No pré-natal: realizar na 1ª consulta (de preferência no 1º trimestre da gestação), e deve também ser realizado no 3º trimestre da gestação
- No parto: independentemente da testagem ter sido realizada no pré-natal.
- Em situações de exposição de risco ou violência sexual.
- Em caso de abortamento.
Para a hepatite B:
- No pré-natal: realizar na 1ª consulta (de preferência no 1º trimestre da gestação).
- No parto: quando a gestante não fez a testagem no pré-natal ou quando a gestante não recebeu todas as doses da vacina contra hepatite B.
- Em situações de exposição de risco ou violência sexual.
Para a hepatite C:
- No pré-natal: realizar na 1ª consulta (de preferência no 1º trimestre da gestação).
- Em situações de exposição de risco ou violência sexual.
Além da testagem para HIV, sífilis e hepatite B e C, também é recomendado testagem para gonorreia e infecção por clamídia (com teste de biologia molecular), na primeira consulta do pré-natal em gestantes com idade menor ou igual a 30 anos.
O que fazer para prevenção da transmissão vertical no momento do parto?
No momento da admissão para o parto, os testes rápidos de HIV, sífilis e hepatite B (se houver indicação) devem ser realizados
Caso algum desses testes seja reagente, medidas preventivas para transmissão vertical devem ser realizadas com a gestante e seu recém-nascido, conforme as diretrizes clínicas e terapêuticas estabelecidas pelo Ministério da Saúde.
A primeira dose da vacina para hepatite B do recém-nascido deve ser realizada logo após o nascimento. E os recém-nascidos de mulheres infectadas com hepatite B devem receber também a imunoglobulina humana anti-hepatite B (IGHAHB).
Todas condutas realizadas durante a gestação e no momento do parto devem estar anotadas no cartão da gestante e da criança para ficar documentado para as próximas consultas.
O que fazer para prevenção da transmissão vertical após o parto e período de amamentação?
Algumas infecções, como o HIV e HTLV, podem ser transmitidas por meio do leite materno. A amamentação não é recomendada para mães que vivem com HIV e/ou HTLV.
Além disso, mulheres em período de amamentação devem manter as medidas de prevenção combinada nesse período. A transmissão vertical do HIV e do HTLV também pode ocorrer por meio da amamentação cruzada (quando uma mulher vivendo com HIV ou HTLV amamenta uma criança que não é seu filho).
Buscar, conhecer e realizar as estratégias efetivas, como diagnóstico precoce e tratamento adequado durante a gestação, parto e período de amamentação são fundamentais para eliminação da transmissão vertical.
O Sistema Único de Saúde disponibiliza gratuitamente os insumos necessários para a prevenção da transmissão vertical do HIV, da sífilis e das hepatites B e C. Não sinta vergonha de conversar com o profissional de saúde. Faça perguntas. Esclareça as dúvidas.
Eliminação da transmissão vertical de HIV e/ou sífilis no Brasil;