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BRASIL SAUDÁVEL
Técnicos brasileiros vão às Filipinas para estudar a implementação de novo medicamento para a tuberculose
Recentemente, consultores técnicos do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), compuseram uma delegação enviada à Manila, nas Filipinas, com o objetivo de participar da qualificação para a implementação do esquema de tratamento para tuberculose resistente com o medicamento pretomanida.
A equipe composta por técnicos da Coordenação-Geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias Não Tuberculosas (CGTM/Dathi) e médicos da rede de tuberculose resistente do Brasil participou do curso por meio do PeerLINC Knowledge HUB, uma parceria das organizações TB Alliance e Tropical Disease Foundation (TDF) que fornece treinamento e suporte técnico global para a implementação de tratamentos inovadores e eficazes para tuberculose.
Durante cinco dias, os técnicos brasileiros puderam trocar experiências com os profissionais de saúde filipinos a respeito do novo medicamento para a tuberculose. A pretomanida é administrada via oral, com menos efeitos colaterais, facilitando a adesão e exigindo menos visitas de acompanhamento.
A coordenadora-geral da CGTM, Fernanda Dockhorn, aponta que as expectativas para a implementação do medicamento no Brasil são altas. “Estudos indicam que, com o uso da pretomanida, com a diminuição do tempo de tratamento de dezoito para seis meses, há a diminuição de custos para o sistema e maiores taxas de sucesso e cura da tuberculose resistente”, afirma. “Assim, estamos dando um passo muito importante na eliminação da tuberculose como problema de saúde pública no Brasil”.
A implementação do medicamento também permite o uso de dois esquemas encurtados – o BPaL (bedaquilina, pretomanida e linezolida) e o BPaLM (bedaquilina, pretomanida, linezolida e moxifloxacino).
Além da qualificação sobre os novos esquemas de tratamento, a visita às Filipinas trouxe a oportunidade de a delegação brasileira conhecer experiências exitosas no uso do medicamento em esquemas de tratamento encurtado, os dados locais sobre o resultado do tratamento, realizar visitas ao laboratório de referência nacional, entre outras.
“Aprofundar a nossa colaboração em saúde com os demais países significa enriquecer nossas discussões e ações em território nacional”, afirma Fernanda Dockhorn. “Essas são parcerias valiosas para o intercâmbio de conhecimentos e boas práticas que podem ser adotadas nas nossas estratégias de eliminação de infecções e doenças”.
Junio Silva
Ministério da Saúde