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Ministério da Saúde realiza oficina para definir prioridades de pesquisas
Na última quinta-feira (12), o Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) realizou, em Brasília, a Oficina de Prioridades de Pesquisa 2025-2027. O encontro reuniu pesquisadores, representantes da sociedade civil, gestores de saúde e técnicos do Ministério da Saúde com o objetivo de identificar as principais prioridades que irão compor a agenda estratégica de pesquisa do Dathi.
O evento contou com a participação de técnicos do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) e do Departamento de Ações Estratégicas de Epidemiologia e Vigilância em Saúde e Ambiente (Daevs). Durante a oficina, foram discutidas as prioridades que servirão de referência para o lançamento de editais de pesquisa para os próximos três anos, com foco nas infecções e doenças sob responsabilidade do Dathi, além de pautar outras agendas de pesquisa do Ministério da Saúde.
Ao abrir o evento, o diretor substituto do Dathi, Artur Kalichman, ressaltou a necessidade de uma agenda que oriente a formulação de políticas públicas para a saúde. “Uma boa política pública precisa estar firmada em evidências e direitos humanos”, afirmou ao destacar a participação pública nas pesquisas. “Estamos aqui para levantar esses temas que, posteriormente, serão apresentados aos nossos parceiros estratégicos”.
A mesa de abertura contou também com a presença de Denise Lins de Sousa, coordenadora-geral de Fomento à Pesquisa em Saúde, e de Paula dos Santos Leffa, assessora do Daevs. “Quando falamos de pesquisa, é importante contar com diferentes atores para que sejam analisadas diferentes perspectivas”, afirma Denise ao elogiar a integração de setores na oficina. “Essa iniciativa de organização interna do Dathi marca o início de um processo que deverá ser ampliado para a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente e ao Ministério da Saúde”, declara.
O Núcleo de Pesquisa do Dathi conduziu a oficina, organizando os participantes em grupos de trabalho multidisciplinares, a fim de construir uma lista de problemas prioritários que possam ser abordados por meio de pesquisa científica. Pesquisadores, gestores de saúde e representantes da sociedade civil foram instruídos a apontarem questões de saúde transversais, abrangentes e inclusivas, visando soluções factíveis.
Os temas centrais para a proposição de prioridades foram prevenção e diagnóstico oportuno; tratamento e manejo clínico; equidade e qualidade de vida; e vigilância e epidemiologia de HIV, aids, tuberculose, hepatites virais e ISTs. Após as discussões, os grupos apresentaram suas propostas de problemas prioritários para compor a lista final.
Adele Benzaken, diretora médica do Programa Global da Aids Healthcare Foundation, avalia que a participação da sociedade civil na definição das prioridades de pesquisa em saúde contribui com a aceitabilidade do público às pesquisas. “Essa atividade que estamos realizando vai dar um direcionamento importante às pesquisas para melhor estruturar, inclusive, os protocolos de encargo do Dathi, contribuindo para a eliminação de infecções e doenças”, declara.
A representante da Articulação Social Brasileira de Luta Contra a Tuberculose, Carla Almeida, apontou que a união da academia, profissionais e gestores da saúde, além da sociedade civil reforça os pilares que sustentaram a resposta brasileira à aids durante as décadas de 1990 e 2000. “É fundamental que as comunidades possam estar, cada vez mais, no centro das pesquisas”, enfatiza. “A sociedade civil e as comunidades afetadas devem participar da construção da agenda prioritária de pesquisas para que esses esforços possam responder aos desafios que encontramos nos territórios”.
Junio Silva
Ministério da Saúde