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MEDTROP
Ministério da Saúde realiza cursos de manejo da aids avançada e das hepatites virais na USP
No último sábado (21), técnicos do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi/MS) ofertaram o curso teórico “Aids avançada – como manejar?” na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). A qualificação integra as atividades do pré-congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Medtrop).
Voltado para equipes que atendem pessoas vivendo com HIV ou aids em ambulatório e/ou hospitais, o curso visou a qualificação dessa abordagem, considerando que no Brasil, anualmente, cerca de 11 mil pessoas ainda morrem em decorrência da aids. Além disso, em torno de 30% das pessoas diagnosticadas com o vírus chegam aos serviços com dano imunológico grave e aproximadamente 70 mil interrompem o tratamento.
Na ocasião, o responsável pela área de cuidado e qualidade de vida na Coordenação-Geral de HIV e Aids do Dathi (CGHA/Dathi/MS), Ronaldo Hallal, abordou as populações prioritárias no âmbito do cuidado de pessoas vivendo com HIV ou aids. Ele informou a respeito das metas 95-95-95, que consistem em ter 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas; destas, 95% em tratamento; e das pessoas em tratamento, 95% com carga viral controlada.
Para o alcance desse objetivo, o coordenador da CGHA, Artur Kalichman, ressaltou a importância do Programa Brasil Saudável, que visa enfrentar os determinantes sociais que afetam ou são mais agravados por algumas infecções e doenças. “Hoje, temos as ferramentas necessárias para eliminar a aids como problema de saúde pública; no entanto, nosso grande desafio é lidar com as vulnerabilidades sociais, como o acesso ao saneamento básico e à moradia”, explica.
Por sua vez, o coordenador do Serviço de Infectologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Demetrius Montenegro, destacou a necessidade de uma abordagem humanizada no manejo do adulto vivendo com HIV ou aids. “Viver com HIV vai muito além da supressão da carga viral e de lidar com infecções oportunistas. É preciso ter empatia e lidar com os estigmas”.
Para o biomédico e mestrando em virologia da FMUSP, Erick Matheus, o curso foi uma ótima oportunidade para se aprofundar no manejo da aids avançada no Brasil. “Eu me inscrevi no curso com o objetivo de ter mais profundidade sobre o assunto. É uma ação muito importante para ajudar a acabar com o estigma sobre o tema e fazer com que os alunos levem esse conhecimento adiante”, afirmou.
O curso contou ainda com os(as) facilitadores(as): Paulo Abrão, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); Erico Arruda, do Hospital São José; Sumire Sakabe, do Centro de Referência e Treinamento – DST/Aids de São Paulo; e das consultoras técnicas do Dathi Marcela Vieira Freire, Ana Paula Moura da Silva, Luciana de Melo Nunes Lopes e Luiza Gomes Neta.
Hepatites virais
Também no sábado, a equipe da Coordenação-Geral de Vigilância das Hepatites Virais do Ministério da Saúde (CGHV/Dathi/MS) ofertou a oficina “Abordagens atuais no tratamento das hepatites virais B e C”. Moderada pela consultora técnica do Dathi Carla Francisca dos Santos Cruz, a qualificação teve como facilitadores(as) o coordenador-geral da CGHV, Mario Peribañez Gonzalez; o médico Paulo Abrão, da Unifesp; e a consultora técnica do Dathi Rosangela Teixeira.
O curso abordou as atualizações dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas das hepatites B e C de âmbito nacional. Foi apresentado, ainda, o panorama atual e as perspectivas futuras no tratamento das hepatites, abordando estratégias para sua eliminação até 2030. Além disso, dialogou-se a respeito das novas diretrizes para prevenção, diagnóstico e tratamento da hepatite B crônica publicadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Medtrop
Em sua 59ª edição, o Medtrop, congresso realizado pela Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, aborda o lema “Medicina tropical sob olhar de saúde única”. Em 2024, o Congresso ocorre entre os dias 22 e 25 de setembro, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo. O evento reúne mais de 3.000 participantes de todos os estados do Brasil e de outros países, com a realização de mesas redondas, conferências, apresentações orais e pôsteres, além de reuniões satélites.
Lorany Silva
Ministério da Saúde