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Ministério da Saúde participa de Congresso Internacional de ISTs na Austrália
Entre os dias 17 e 20 de setembro, profissionais do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi/SVSA/MS) estiveram na 25ª edição do Congresso Mundial da União Internacional contra Infecções Sexualmente Transmissíveis (IUSTI), que ocorreu em Sydney, na Austrália. A Conferência proporcionou uma oportunidade para conhecer e dialogar sobre as mais recentes pesquisas e inovações em saúde sexual e reprodutiva em todo o mundo.
Em programação de pré-conferência, a coordenadora-geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde (Cgist/Dathi/SVSA/MS), Dra. Pâmela Gaspar, apresentou a perspectiva brasileira sobre a infecção do Mycoplasma genitalium em reunião interna da IUSTI. Durante a conferência, houve também a participação de técnicos das áreas de ISTs, diagnóstico e monitoramento do Dathi.
A conferência contou com sessões de apresentação de trabalhos submetidos a IUSTI, no qual houve duas apresentações orais realizadas pelo Dathi, com os temas “Sífilis em gestantes vivendo com HIV ou aids no Brasil e a relação entre coinfecção e transmissão vertical do HIV” e “Desafios no acesso e utilização de autotestes de HIV por populações socialmente vulneráveis”. Além disso, houve a participação com apresentação em formato de poster de oito trabalhos sobre temas relacionados a pesquisas brasileiras e políticas públicas sobre o enfrentamento as ISTs.
Dentre os posteres expostos, dois foram sobre sífilis, com uma análise das políticas públicas voltadas para eliminação da sífilis congênita, e o outro de avaliação descritiva e espacial dos casos de sífilis congênita em crianças menores de um ano no Brasil. Outro poster referiu-se a temática de ISTs que causam corrimento uretral, perpassando a implementação da abordagem etiológica – que visa identificar o agente causador da infecção – para o manejo desses casos em homens. Houve também exposição de trabalho sobre a Mpox, com as estratégias de resposta dessa infecção em pessoas vivendo com HIV implementadas no Brasil. No campo da transmissão vertical, um trabalho apresentado foi uma revisão da literatura sobre amamentação por mulheres vivendo com HIV com carga viral indetectável, e outro que abordou os avanços nas políticas públicas para a eliminação da transmissão de HTLV no Brasil. No tema de diagnóstico, apresentou-se experiência brasileira na oferta de uma estratégia híbrida (laboratorial e no local de atendimento) para exames de carga viral de HIV e hepatites B e C. Por fim, no tema de monitoramento, houve a apresentação dos primeiros resultados da rede de diagnóstico laboratorial para a detecção de Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, implementada pelo Ministério da Saúde em 2022.
Para a coordenadora Dra. Pamela Gaspar, a participação nesse evento demonstra a integração e o compromisso do Brasil na resposta às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e na eliminação da transmissão vertical do HIV, sífilis, hepatites virais e HTLV.
“Nossa participação no Congresso Mundial da IUSTI é estratégica para nos manter atualizados a respeito das descobertas científicas e ações em resposta às ISTs em outros países. Além disso, informamos ao mundo sobre como o Brasil tem lidado com essas infecções, compartilhando experiências exitosas”, explicou Dra. Pâmela Gaspar.
Principais destaque em ISTs no mundo
Em vários momentos da conferência mencionou-se a DoxiPep como estratégia de prevenção para ISTs, que consiste no uso de antibiótico doxiciclina em comprimidos como Profilaxia Pós-Exposição (PEP) após exposição sexual consentida. Essa estratégia encontra-se nesse momento em avaliação no Ministério da Saúde para possível implementação do SUS. Também foi destacado a importância de vigilância em resistência antimicrobiana para as recomendações de tratamento de gonorreia e demais ISTs. Outro ponto foi sobre a importância do uso de testes “point-of-care” para abordagem etiológica de pacientes sintomáticos e assintomáticos, como forma de garantir tratamento específico das ISTs.
Inovações frente ao engajamento da população em relação a saúde sexual e inovações tecnológicas, e estigma, dignidade e prevenção de IST’s em povos originários também foram abordados. Além disto, a sífilis foi destaque importante no congresso, pois os casos tem aumentado a nível mundial nos últimos anos. Os determinantes sociais foram destacados como importante fator associado a sífilis congênita, e a necessidade de realizar estratégias que alcancem as populações mais vulnerabilizadas. O Ministério da Saúde do Brasil apresenta-se dentro dessa perspectiva, uma vez que publicou o Programa Brasil Saudável em início de 2024, e visa exatamente a eliminação de doenças determinadas socialmente, incluindo a eliminação da transmissão vertical de HIV, HTLV, Hepatite B, Doença de Chagas e sífilis congênita.
Ministério da Saúde