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CONGRESSO
Brasil Saudável é tema de conferência no Medtrop
O presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Rômulo Paes, e o diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) do Ministério da Saúde, Draurio Barreira, realizaram palestras na conferência “Programa Brasil Saudável: a articulação intersetorial para o enfrentamento dos determinantes sociais de saúde”.
O encontro ocorreu na terça-feira (24), em São Paulo, durante o 59º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Medtrop). Rômulo Paes, que foi o responsável pelo desenho e implementação do sistema de monitoramento e avaliação do Programa Bolsa Família, ressaltou a importância de uma abordagem conjunta entre diversos setores para uma resposta efetiva a doenças que acometem ou têm prevalência maior entre pessoas em situação de vulnerabilidade.
“A proposta desse Programa é realizar uma abordagem integrada para potencializar as ações e os programas sociais já existentes, e, assim, produzir uma sinergia favorável para a eliminação dessas doenças”, informou.
Durante a palestra, o diretor Draurio Barreira realçou o protagonismo dos profissionais e da sociedade civil de cada cidade na elaboração de estratégias efetivas para a realização das metas do Brasil Saudável. “Os ministérios que integram o Programa são responsáveis por orientar, mas os principais atores são as secretarias de saúde, os pesquisadores das universidades locais e as pessoas que vivem ali e são acometidas ou afetadas por essas infecções e doenças”.
O Programa Brasil Saudável reúne 14 ministérios e parceiros estratégicos como organizações da sociedade civil, com o objetivo de enfrentar determinantes sociais e eliminar a transmissão de sete doenças enquanto problemas de saúde pública, alcançar as metas de controle de outras quatro doenças e eliminar a transmissão vertical de cinco infecções.
Ainda em sua fala, o diretor destacou o papel da sociedade civil dentro do Programa. “O HTLV foi incluído no Brasil Saudável por demanda dos movimentos sociais. Ainda estamos aprendendo sobre a real situação da infecção no país, e tornamos compulsória a notificação de HTLV em gestante, parturiente ou puérpera e em criança exposta ao risco de transmissão vertical.
O HTLV também foi tema de mesa-redonda durante o Medtrop, com o tema “HTLV – Saindo da Invisibilidade”. O assessor de articulação de movimentos sociais do Dathi, Jair Brandão, foi o moderador da mesa, que contou com os(as) palestrantes Jorge Casseb, com o tema “Transmissão, diagnóstico e manejo do HTLV”; Luiz Fernando Aires Junior, que abordou as políticas públicas sobre a infecção no Brasil; e Adijeane Oliveira de Jesus, que reforçou o papel da sociedade civil nos avanços das políticas públicas vigentes no país.
Rumo à eliminação da tuberculose
Ainda na terça-feira, a coordenadora-geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias Não Tuberculosas (CGTM/Dathi), Fernanda Dockhorn, realizou palestras na mesa-redonda “Tuberculose drogarresistente: a nova epidemia mundial?” e na conferência “Novos esquemas encurtados de tuberculose sensível e resistente”.
Ambas as atividades foram realizadas no XI Workshop Nacional da Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose (Rede-TB), em parceria com o Medtrop. Em sua fala, Fernanda Dockhorn explicou que a resposta à tuberculose é um desafio mundial. Segundo ela, para alcançar as metas de eliminação da doença é necessário investir também em melhorias no tratamento.
“Hoje, o tratamento da tuberculose ainda é muito longo e de difícil adesão, principalmente por pessoas que vivem situação de vulnerabilidade social. Para eliminar a tuberculose como problema de saúde pública, precisamos diminuir o tempo desse tratamento”, afirmou.
Lorany Silva
Ministério da Saúde