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1º Seminário do Brasil Saudável reforça necessidade de lutar contra desigualdades sociais
O 1º Seminário do Programa Nacional Brasil Saudável – unir para cuidar reuniu mais de 140 pessoas em São Paulo no último domingo (22). Realizado em parceria com a Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose (Rede-TB), o evento integrou as atividades do pré-congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Medtrop).
Na abertura, o diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) do Ministério da Saúde, Draurio Barreira, ressaltou a importância do Seminário para que as pessoas compreendam melhor o Programa e a relevância da intersetorialidade para a eliminação de infecções e doenças.
“É importante que as pessoas saibam que é possível alcançar as metas de eliminação dessas infecções e doenças que ainda acometem as pessoas mais pobres, aqui no hemisfério sul, por negligência e desinteresse do enfrentamento de doenças determinadas socialmente"”, afirma.
Para o coordenador de Prevenção e Controle de Doenças Transmissíveis da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Miguel Aragón, o Brasil Saudável é bastante significativo para a Organização. “Para mim, unir para cuidar é uma frase poética, que mostra o esforço conjunto que todo o país está fazendo, reunindo 14 ministérios e os movimentos sociais, para o alcance das metas”.
A mesa de abertura também contou com representantes da Rede-TB, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), da Sociedade Civil Organizada e do Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente (Ciedds).
O Programa Brasil Saudável visa eliminar sete doenças enquanto problemas de saúde pública, além de eliminar a transmissão vertical de cinco infecções e alcançar as metas de controle de outras quatro doenças. Para isso, reúne 14 ministérios e parceiros estratégicos para elaborar ações em resposta a doenças determinadas socialmente que vão além do setor da saúde, dialogando com outras áreas a respeito de moradia, renda, acesso ao saneamento básico e à educação, entre outras políticas públicas.
De acordo com a coordenadora Nacional de Saúde da Diretoria de Políticas Penitenciárias do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Sara Reis, o Brasil Saudável consolida a importância da articulação intersetorial. “Boa parte das doenças prioritárias no Programa também são as mais prevalentes no sistema prisional, pelas condições e os marcadores sociais presentes entre as populações que estão no sistema”.
Durante o Seminário, foram realizadas quatro mesas: “A proteção social para o enfrentamento da fome e da pobreza visando a eliminação das doenças”, moderada pelo pesquisador da Universidade de Brasília Mauro Sanchez; “Redução das iniquidades e ampliação dos direitos humanos com ênfase em populações prioritárias determinadas socialmente”, moderada pelo infectologista Júlio Croda; “Desafios para a implementação de políticas públicas integradas para melhorias do saneamento ambiental no contexto da eliminação das doenças determinadas socialmente”, moderada pela diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis, Alda Maria da Cruz; e “Incentivo à ciência, tecnologia e inovação para a eliminação das doenças determinadas socialmente”, com moderação do diretor da NHR Brasil, Alexandre Menezes.
Eliminação da transmissão vertical
Ainda no domingo, profissionais da Coordenação-Geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis (Cgist) do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF) ministraram a oficina “O papel dos Comitês de Investigação da Transmissão Vertical para a eliminação do HIV, sífilis, hepatites B e C, doença de Chagas e HTLV”.
Na ocasião, foram discutidos casos que favorecem o exercício do funcionamento de um comitê e possibilitam a reflexão sobre as oportunidades perdidas de prevenção da transmissão vertical. Além disso, o objetivo da oficina foi contribuir para o aprimoramento da integração entre a vigilância e a atenção, fortalecendo as linhas de cuidado e o seguimento na Atenção Primária em Saúde e na rede especializada.
Medtrop
Em sua 59ª edição, o Medtrop, congresso realizado pela Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, aborda o lema “Medicina tropical sob olhar de saúde única”. Em 2024, o Congresso ocorre entre os dias 22 e 25 de setembro, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo. O evento reúne mais de 3.000 participantes de todos os estados do Brasil e de outros países, com a realização de mesas redondas, conferências, apresentações orais e pôsteres, além de reuniões satélites.
Lorany Silva
Ministério da Saúde