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BRASIL SAUDÁVEL
Lançamento da Rede de Juventudes Afetadas pela Tuberculose marca ação inédita no Brasil
Foto: Zeca Miranda/SVSA
Na quinta-feira (3) foi realizado o lançamento da Rede de Juventudes Afetadas pela Tuberculose (Rjat), em Brasília. Com apoio do Ministério da Saúde, a iniciativa é inédita no Brasil e visa o fortalecimento da participação social na resposta à doença.
A criação da Rede é liderada pelo segmento da sociedade civil da Parceria Brasileira contra a Tuberculose, coordenada por Márcia Leão, por meio de um projeto desenvolvido em vários países pela Coalização Global de Ativistas pela Tuberculose (GCTA).
A diretora executiva do GCTA, Blessina Kumar, esteve presente no evento. Para ela, o Ministério da Saúde brasileiro demonstra um forte compromisso com a agenda mundial de eliminação da tuberculose. “Eu realmente acredito que no Brasil será possível eliminar a tuberculose”, afirmou.
Durante a abertura do evento, Blessina Kumar também reforçou a importância da juventude para trazer novidades na elaboração de políticas públicas para o controle da doença. “A tuberculose é curável. Não há desculpas para ainda termos casos de pessoas morrendo por tuberculose”.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS), Ethel Maciel, participou da mesa de abertura da cerimônia. Ela falou sobre o impacto da criação do Brasil Saudável na resposta à tuberculose, pois, pela primeira vez, foi possível a destinação de R$ 100 milhões especificamente para as ações de tuberculose no país. Segundo Ethel Maciel, a Rjat será essencial para garantir que esse recurso seja alocado de forma efetiva nas cidades brasileiras.
“A chegada dessa Rede nos energiza e é fundamental para que possamos cumprir, até o fim deste governo, o compromisso de entregar um Brasil mais saudável e um país mais justo”, informou.
O diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), Draurio Barreira, também ressaltou a necessidade de um trabalho coletivo para o alcance da meta de eliminação da tuberculose. “Sem a participação da sociedade civil e dos movimentos sociais não conseguiremos eliminar a tuberculose como problema de saúde pública até 2030”, declarou.
Draurio Barreira também realçou o esforço das gestões federal, estaduais e municipais em conjunto com a academia e a sociedade civil para que a tuberculose não seja mais uma doença negligenciada. “Hoje temos inovações tecnológicas nos testes e medicamentos. Esperamos anunciar a eliminação da tuberculose como fizemos esta semana com a filariose linfática, a primeira das doenças do Brasil Saudável a ser eliminada”.
Também estiveram na mesa de abertura Socorro Gross, representante da Organização Pan-Americana de Saúde; Ana Lúcia Silva Marçal Paduello, conselheira Nacional de Saúde; e Igor Rosa Silva, coordenador da Rjat.
Participação social na resposta à tuberculose
Durante o evento, o coordenador da Rjat, Igor Rosa Silva, falou sobre o processo de construção da Rede, que surgiu da necessidade de abordar os determinantes sociais que impactam os(as) jovens afetados(as) pela tuberculose e pela coinfecção com HIV.
Segundo Igor, a diversidade do Brasil se reflete em sua juventude. “Não podemos falar de uma só juventude. Existem jovens negros, quilombolas, LGBTQIAPN+, e todos são afetados pela tuberculose” afirmou. “Precisamos renovar o ativismo, e as juventudes têm esse poder”.
A coordenadora-geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias Não Tuberculosas (CGTM/Dathi/SVSA/MS), Fernanda Dockhorn, também ressaltou a importância da participação social no alcance das metas de eliminação da tuberculose.
“Nós sabemos que não adianta o setor da saúde trabalhar sozinho, pois assim não conseguirá eliminar a tuberculose. O trabalho junto à sociedade civil é fundamental. A criação da Rjat veio somar esforços nas ações junto ao governo e aos ministérios para sermos mais efetivos na eliminação da tuberculose no Brasil”, afirmou.
Lorany Silva
Ministério da Saúde