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MEDTROP
Congresso sobre doenças tropicais impulsiona iniciativas de vigilância em saúde
O Ministério da Saúde participou, em setembro, da 59ª edição do Medtrop, um dos principais congressos da área de saúde. Durante o evento, cerca de 40 colaboradores da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) participaram de mais de 20 atividades sobre doenças como aids, tuberculose, dengue, febre amarela, hepatites, sífilis, além de mudanças climáticas e emergências em saúde pública.
Durante o 1º Seminário do Programa Brasil Saudável, o diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis, Draurio Barreira, destacou a importância de participar do evento. “As pessoas precisam saber que é possível alcançar as metas de eliminação de infecções e doenças que ainda acometem as pessoas mais pobres, aqui no hemisfério sul, por negligência e desinteresse do enfrentamento de doenças determinadas socialmente”, enfatizou.
A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, Agnes Soares, enfatizou a criação de uma coordenação da SVSA criada especialmente para tratar de mudanças climáticas e seus impactos na saúde. De acordo com Agnes, a pasta tem desenvolvido diversas iniciativas para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas. “Criamos a Coordenação-Geral de Mudanças Climáticas e Equidade em Saúde (CGCLIMA), instalamos uma Sala Nacional de Emergência Climáticas, como mecanismo nacional de gestão coordenada para a resposta a emergências climáticas; entre outras ações".
Já a coordenadora do Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis, Letícia Cardoso, moderou a mesa intitulada “Impactos das condições climáticas na dupla carga de doenças (tropicais e crônicas). Segundo a coordenadora, “não é possível dissociar saúde e meio ambiente, uma vez que o impacto das mudanças climáticas se reflete em primeira mão nas questões de saúde”.
O evento contou com 17 atividades focadas no Programa Brasil Saudável, com a participação de técnicos da SVSA, incluindo o 1º Seminário do Programa Nacional Brasil Saudável, que reuniu mais de 140 pessoas. O programa visa eliminar sete doenças como problemas de saúde pública e aborda a transmissão vertical de cinco infecções. Para isso, reúne 14 ministérios e parcerias intersetoriais que contemplam áreas como moradia, renda e acesso ao saneamento básico.
A Política Nacional de Vigilância em Saúde (PNVS) também foi discutida durante a 59ª edição do Medtrop. Na presença de gestores, profissionais de saúde e sociedade civil, a equipe da SVSA apresentou a política norteadora do planejamento de vigilância em saúde no Brasil e destacou a necessidade de atuação dos três entes federativos para o sucesso da implantação da política.
Durante uma mesa redonda sobre a abordagem “Uma Só Saúde” no enfrentamento da influenza aviária, moderada por Greice Madeleine Ikeda do Carmo, Coordenadora-Geral de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis, os especialistas discutiram a intersecção entre saúde humana, animal e ambiental. A consultora técnica do Departamento de Doenças Transmissíveis, Vivyanne Santiago Magalhães, destacou a necessidade de colaboração interdisciplinar: “Essa estratégia não apenas melhora a detecção precoce e a resposta rápida, mas também promove a sustentabilidade e a resiliência dos sistemas de saúde”.
A epidemia de dengue de 2024 também foi tema de destaque, com discussões sobre as ações em resposta à crise. Alda Cruz, diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis destacou que “a epidemia serviu como um alerta para a necessidade de preparação contínua e de uma abordagem integrada para a saúde pública”, alertou.
No último dia do congresso, o debate se concentrou na resistência antimicrobiana, com Marília Santini, coordenadora-geral de Laboratórios de Saúde Pública, moderando a mesa que abordou regulamentações na medicina veterinária.
Com uma agenda diversificada de discussões sobre os desafios atuais da saúde pública, o Medtrop 2024 destacou-se como um encontro essencial para impulsionar iniciativas de vigilância em saúde e reforçar a missão do Ministério da Saúde de integrar esforços intersetoriais, visando construir um sistema de saúde mais justo e acessível no Brasil.
João Moraes
Ministério da Saúde