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Em sua 30º edição, o Seminário Técnico-Científico Brasil-França aborda o caminho para a eliminação de infecções e doenças até 2030
Nesta segunda-feira (4), teve início o 30º Seminário Técnico-Científico Brasil-França em Brasília/DF. Com o tema “O Caminho para a Eliminação de Doenças até 2030”, o evento reuniu pesquisadores e autoridades nas áreas de HIV, tuberculose, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). O Seminário termina na quarta-feira (6) e contará com uma visita técnica ao Centro Especializado em Doenças Infeciosas do Distrito Federal (Cedin/DF).
Durante a abertura, o diretor substituto do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde (Dathi/MS), Artur Kalichman, falou sobre a importância dessa cooperação para o alcance das metas para a eliminação de infecções e doenças sob a responsabilidade do Departamento. “Essa é uma parceria sólida, produtiva – além de ser uma das mais antigas do Ministério da Saúde nas áreas de Ciência e Tecnologia – que busca inovações em prevenção, diagnóstico e tratamento dessas infecções e doenças”.
A representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Regiane Rezende, por sua vez, dialogou sobre a necessidade de considerar aspectos além dos biomédicos para uma resposta efetiva. “Abordar os determinantes sociais da saúde é fundamental para alcançarmos a eliminação dessas infecções e doenças, bem como precisamos contar com a participação dos movimentos sociais”.
O diretor substituto informou que em 2023, a estimativa era que havia no Brasil 1,04 milhão de pessoas vivendo com HIV no país. Dessas, 91% foram diagnosticadas, das quais 83% estão em tratamento, e, das que estão em tratamento, 95% se encontram em supressão viral. O objetivo é que até 2030 esses números melhores, atingindo o compromisso global da meta 95-95-95. O Ministério da Saúde também aderiu às metas de controle da Organização Mundial da Saúde (OMS) para tuberculose e hepatites, além de visar a eliminação da transmissão vertical de infecções como a sífilis, o HTLV e o HIV.
Regiane Rezende também explicou a importância de ações multissetoriais e ressaltou a criação do Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente (Ciedds) em 2023 e a instituição, em fevereiro deste ano, do Programa Brasil Saudável.
A abertura do seminário também contou com a presença de Marion Fanjat e do Conselheiro François Legue, representantes da Agência Nacional Francesa de Pesquisa em Doenças Infecciosas Emergentes da França (ANRS|MIE) e da Embaixada da França, respectivamente, que destacaram a longa e frutífera história de colaboração entre Brasil e França no âmbito da saúde.
O evento ocorre no âmbito da Cooperação Brasil-França que, ao longo de três décadas, estabelece diretrizes de trabalho nas temáticas de HIV, tuberculose, hepatites virais e outras ISTs, por meio de parceria firmada entre o Dathi/MS/Brasil e a ANRS|MIE/França.
Os seminários ocorrem, desde 1990, a cada dois anos, com o objetivo de promover oportunidades de compartilhamento de experiências e definição de colaboração em pesquisa, reunindo palestrantes brasileiros e franceses para discorrer sobre assuntos prioritários às políticas públicas dessas infecções e doenças.
Lorany Silva
Ministério da Saúde