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Ministério da Saúde incentiva o aumento da visibilidade sobre o HTLV
Na semana do Dia Nacional do HTLV, o Ministério da Saúde realizou o webinar “Dia Nacional do HTLV: desafios e perspectivas da resposta ao HTLV” para delinear estratégias para aumentar a visibilidade sobre essa infecção e promover a qualificação de profissionais da saúde sobre o tema. Em parceria com o HTLV Channel e HTLVida, o Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) proporcionou diálogo entre as Secretarias de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) e de Atenção Primária à Saúde (SAPS), bem como com sociedades científicas, conselhos de classe e movimento social sobre os avanços observados no cenário nacional em relação às políticas públicas para resposta à infecção pelo HTLV.
Durante a reunião, a coordenadora-geral de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis (Cgist/Dathi/SVSA/MS), Pâmela Gaspar, sinalizou os principais avanços nas políticas públicas direcionados ao HTLV nos últimos anos. “Um dos importantes avanços em vigilância é a inclusão na Lista de Notificação Compulsória da infecção pelo HTLV, HTLV em gestantes, parturientes ou puérperas e crianças expostas ao risco de transmissão vertical da infecção. Essa notificação permitirá um melhor monitoramento dos casos e planejamento de políticas públicas para prevenção e promoção à saúde das pessoas vivendo com HTLV”, informou Pâmela, referindo-se à Portaria nº 3.148 publicada pelo Ministério da Saúde.
A coordenadora lembrou também que, este ano, houve a incorporação do rastreio de HTLV em gestantes durante o pré-natal do SUS pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que se encontra em fase de planejamento da implantação na rede. O HTLV foi descoberto nos anos 1980 e não tem cura. Desde 1993, é obrigatório realizar teste para o vírus em todos os bancos de sangue. O HTLV pode ser transmitido de forma vertical (da pessoa gestante para o feto), principalmente durante a amamentação, por relação sexual sem o uso do preservativo ou por compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas.
Durante o evento, a pesquisadora do Imperial College London e cofundadora do HTLVChannel, Carolina Rosadas, apresentou tópicos sobre a infecção do vírus e, em especial, medidas para prevenção da transmissão vertical do HTLV. Em seguida, houve uma mesa de discussão, mediada pela pesquisadora Tatiane Assone (USP e HTLV Channel) e Carolina Rosadas, envolvendo os representantes das instituições convidadas, que expuseram brevemente sobre o papel de cada especialidade/associação na resposta ao HTLV no Brasil.
O debate resultou na proposta de elaboração conjunta de ações para divulgação e conscientização a respeito do HTLV para profissionais de saúde e a população, da participação ativa na prevenção da transmissão do vírus e no cuidado integral as pessoas que vivem com o vírus no Brasil. Por fim, pactuou-se a elaboração de uma carta conjunto de compromisso das entidades que será publicada em breve.
Estiveram presentes representantes da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Sociedade de Doenças Sexualmente Transmissíveis (SBDST), Sociedade Brasileira de Família e Comunidade (SBMFC), Conselho Federal de Medicina (CFM), Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e Conselho Federal de Farmácia (CFF).
Brasil Saudável
A eliminação da transmissão vertical do HTLV enquanto problema de saúde pública está entre as metas do Programa Brasil Saudável. Lançado em fevereiro deste ano, o Programa é um desdobramento do Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente (Ciedds) e concentra as ações intersetoriais voltadas para a eliminação de infecções e doenças determinadas socialmente por meio de políticas públicas.
Com essa iniciativa, o Brasil se tornou o primeiro país a lançar uma política governamental voltada para a eliminação ou redução de doenças e infecções que acometem populações vulnerabilizadas. O programa é uma articulação entre 14 ministérios e conta com participação da sociedade civil. Suas diretrizes incluem ações que vão além do tratamento em saúde, incluindo políticas públicas de mitigação das vulnerabilidades sociais.