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MICOSES ENDÊMICAS
Fungo da criptococose é responsável por 13% dos óbitos relacionados a aids, alertam infectologistas
O manejo clínico e o diagnóstico da doença criptocócica – micose sistêmica causada por fungos do gênero Cryptococcus – foi tema de um encontro virtual realizado pelo Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), na última semana. Durante o evento, profissionais da saúde alertaram para os riscos da doença que pode levar ao desenvolvimento de meningite.
Também conhecida como criptococose, a doença criptocócica é classificada como uma micose sistêmica e é a principal causa de meningite oportunista relacionada ao HIV no Brasil. Durante o webinar, médicos infectologistas apontaram que o fungo Cryptococcus, encontrado em matéria orgânica morta e fezes de aves, é responsável por 13% das mortes relacionadas a aids globalmente.
Para Fernanda Dockhorn, coordenadora-geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias não Tuberculosas (CGTM), a inclusão de micoses endêmicas na rede de cuidados é essencial para o Dathi. “Temos de qualificar a assistência à saúde das pessoas que vivem com infecção criptocócica, uma das tarefas para isso é colocar o tema em evidência e atualizar as equipes”, aponta.
Durante a apresentação, o médico infectologia do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, José Vidal, alertou que 1 em cada 2 hospitalizações de pessoas vivendo com HIV são causadas por doenças oportunistas, como a criptococose. Entre os motivos para as infecções oportunistas continuarem a ocorrer, estão o diagnóstico tardio do HIV, e barreiras para o início e manutenção do uso regular do tratamento antirretroviral e barreiras para uso de profilaxia, rastreio e tratamento preemptivo para doenças específicas.
Márcia Melhem, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), e Daniel Santos, da Universidade Federal do Maranhão, também participaram do evento para falar das ferramentas de diagnóstico laboratorial, do manejo clínico no indivíduo imunocompetente e o cenário da doença em pessoas transplantadas.
Junio Silva e Ádria Albarado
Ministério da Saúde