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QUALIFICAÇÃO
Em Curitiba, oficina atualiza profissionais da saúde sobre o cuidado de pessoas com HIV ou aids
Nos dias 4 e 5 de junho, ocorreu a Oficina de Atualização do Manejo Clínico de Pessoas Vivendo com HIV ou Aids Conforme o Protocolo Clínico e as Diretrizes Terapêuticas (PCDT) Nacionais Vigentes. Resultado de parceria entre Ministério da Saúde e a Secretaria da Saúde do Paraná, o evento ocorreu em Curitiba com cerca de 120 profissionais da saúde do Paraná e de Santa Catarina, e contou com palestras de especialistas das áreas de epidemiologia e infectologia. Outras oficinas serão realizadas durante todo o ano para atualização de profissionais de todos os estados do Brasil.
Para o coordenador-geral de Vigilância de HIV, Aids e Hepatites Virais do Dathi, Artur Kalichman, a qualificação de profissionais da saúde é fundamental para a eliminação da aids como problema de saúde pública. “A oficina ocorre após a atualização, em 2023, do PCDT de manejo clínico de adultos vivendo com HIV ou aids. Trata-se de um momento estratégico para atualização dos profissionais de saúde dos serviços conforme as mais recentes recomendações para cuidado integral e contínuo dessa população”.
As consultoras técnicas do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), Marcela Freire e Luciana Lopes dialogaram com os profissionais a respeito das populações-chave e perspectivas programáticas para o cuidado integral das pessoas vivendo com HIV ou aids. Elas informaram que, em 2023, um total de 65.838 pessoas iniciaram o tratamento antirretroviral. Dessas, 73,5% são homens e 60,4% são pretas e pardas. Elas também apresentaram algumas ações da resposta nacional às epidemias de HIV e aids, como a criação do Grupo de Trabalho de Saúde Prisional; dispensação de profilaxias pré e pós exposição em farmácias ambulatoriais; vigilância da resistência aos antirretrovirais e ampliação do circuito rápido para manejo da aids avançada.
Além disso, foram apresentadas as incorporações recentes de medicamentos antirretrovirais ao SUS, como a dose fixa combinada de dolutegravir 50 mg/lamivudina 300mg, um comprimido único para simplificação do tratamento, diminuindo a toxicidade e melhorando a qualidade de vida dos(as) usuários(as). E também a incorporação do dolutegravir 5 mg, um comprimido dispersível como tratamento complementar ou substitutivo em crianças de dois meses a seis anos de idade com HIV. Outra novidade foi a inclusão do fostensavir 600 mg para o tratamento de adultos vivendo com HIV multirresistentes aos antirretrovirais.
A preocupação em relação ao aumento de casos de coinfecção de tuberculose em pessoas vivendo com HIV também foi pauta na palestra. Em 2023, a proporção de coinfecção TB-HIV aumentou para 9,3%, aproximando-se dos valores de 2017. Assim, as consultoras técnicas informaram a respeito da atualização do PCDT para manejo da infecção pelo HIV em adultos. Em seu primeiro módulo, que aborda tratamento antirretroviral, o documento informa que o Dathi está introduzindo o rastreio com testes “point-of-care” - ou seja, com resultado na mesma hora e local do atendimento - para rastreio e diagnóstico precoce tuberculose e criptococose no intuito de aperfeiçoar e intensificar a abordagem de pessoas com imunossupressão grave.
Lorany Silva
Ministério da Saúde