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MICOSE
Profissionais da Saúde alertam para o aumento do número de casos de esporotricose no Brasil
Profissionais e estudantes de saúde se reuniram em uma atividade de qualificação da assistência à saúde de indivíduos portadores de esporotricose realizada pelo Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde esta semana.
O webinar “Atualização no manejo da esporotricose” contou com as apresentações de infectologistas, dermatologistas e micologistas, para orientar sobre o diagnóstico e o tratamento da micose que vem crescendo no número de casos no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2023 foram atendidos 1.239 indivíduos diagnosticados com a infecção causada por fungos do gênero Sporothrix e mais 945 casos até junho de 2024. A doença pode afetar tanto humanos quanto animais.
A coordenadora-geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias Não Tuberculosas (CGTM/Dathi), Fernanda Dockhorn, alerta para os perigos da esporotricose: “Esse tipo de micose pode provocar lesões graves na pele e em outros órgãos de humanos e animais, em especial nos gatos. Para eliminarmos essa doença, é essencial que as equipes de saúde estejam qualificadas para identificar os sinais de esporotricose, tratar os casos de maneira adequada e adotar medidas de prevenção e controle da doença”.
Durante o evento, profissionais da saúde como o infectologista e pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Dayvison Freitas, e infectologista do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Giovanni Luís Breda, alertaram para o aumento no número de casos nas últimas décadas, inclusive entre pessoas que vivem com o HIV ou aids.
“Atualmente, temos uma nova espécie do agente etiológico da doença, identificada inicialmente no Brasil, conhecida como Sporothrix brasiliensis, cujas características são a melhor adaptação ao ambiente, maior virulência, carga fúngica e termotolerância. Isso faz com que a doença se espalhe com mais facilidade entre os animais, chegando até o ser humano”, explica Giovanni.
No Paraná – estado onde a esporotricose está na lista de notificação compulsória desde 2020 – o número de casos em humanos saltou de 253 em 2022, para 853 em 2023. Já os casos em gatos subiram de 1.412 em 2022, para 3290 em 2023.
Também estiveram presentes no evento como palestrantes a médica e consultora técnica da CGTM/Dathi, Lígia Lins Frutuoso; os médicos infectologistas Flavio Queiroz Telles e Felipe Prohaska Batista do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná e da Universidade de Pernambuco, em ordem respectiva; a micologista e farmacêutica-bioquímica da Santa Casa de Porto Alegre, Cecília Bittencourt Severo; e, a médica dermatologista da Universidade Federal de Pernambuco, Cláudia Elise Ferraz Silva.
Junio Silva e Ádria Albarado
Ministério da Saúde