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MULHERES NA CIÊNCIA
Pesquisadora travesti brasileira participa como mentora em evento da IAS
Na última semana, a Sociedade Internacional de Aids (IAS) promoveu um espaço de mentoria para meninas e mulheres na ciência. A iniciativa ocorreu durante a 25ª edição da Conferência Internacional de Aids, em Munique/Alemanha, e contou com participação da assessora de Políticas de Inclusão, Diversidade e Equidade em Saúde da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA/MS), do Ministério da Saúde, Alícia Krüger.
“Eu estou emocionada porque, pela primeira vez, uma mulher trans, eu no caso, uma travesti, que é como eu me identifico, está fazendo parte deste projeto como mentora de outras mulheres e meninas da ciência. Hoje, nós alcançamos este lugar de ter uma travesti reconhecida como mulher na ciência”, explica Alícia Krüger.
A atividade também incluiu mentoras como Sharon Lewin, presidente da IAS; Reena Rajasuriar, pesquisadora da Universidade da Malaya, Malásia; Brenda Crabtree, pesquisadora do Instituto Nacional de Ciências Médicas e Nutrição Salvador Zubirán, México, entre outras.
A pesquisadora Brenda Crabtree explicou a importância de meninas e mulheres terem exemplos e se sentirem representadas na ciência. “Ninguém melhor do que outra mulher para entender os desafios pessoais e profissionais de trabalhar com ciência. Eu espero que essa atividade possa inspirar e proporcionar uma visão de futuro na pesquisa. Além disso, uma boa mentoria é capaz de formar boas lideranças, e todos nós merecemos boas líderes, certo?”, ressaltou.
Já a farmacêutica Ruramai Lissa Chisango, da África do Sul, participou da atividade como mentoreada. Ela destacou a relevância de ter uma perspectiva feminina na orientação de estratégias e na elaboração de políticas em resposta ao HIV. “Eu acho que às vezes, no mundo dos homens, é difícil ter uma sensação real de algumas questões que a gente enfrenta sendo mulheres, como a discriminação. E por isso, às vezes, acabamos por não ter confiança em nós mesmas. Participar dessa mentoria com a Alícia, que também é farmacêutica, e esse panorama da resposta ao HIV no Brasil, foi muito inspirador”.
Por meio da mentoria, a IAS proporciona um espaço de troca de experiências entre profissionais estabelecidas na área para auxiliar meninas e mulheres iniciantes no desenvolvimento da jornada profissional no campo de pesquisa do HIV.
Lorany Silva, Angela Martinazzo e Ádria Albarado
Ministério da Saúde