Notícias
INTERNACIONAL
Brasil discute falta de acessibilidade no valor de antirretroviral em Conferência Internacional de Aids
Por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), o Brasil oferece acesso à terapia antirretroviral de forma gratuita. Um estudo divulgado esta semana durante a 25ª edição da Conferência Internacional de Aids – realizada até esta sexta-feira (26), em Munique/Alemanha – analisa os valores investidos pelo país na compra de dolutegravir em comparação a outros países, para discutir a importância de valores acessíveis na garantia da saúde da população.
Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS), ressaltou a incompatibilidade dos custos dos antirretrovirais com o esforço mundial para eliminar a aids como problema de saúde pública. “Não podemos aceitar que a saúde seja encarada de um ponto de vista meramente mercadológico. Estamos falando da vida das pessoas e os direitos humanos são inegociáveis”, afirmou.
A pesquisa apresentada por Luciana Lopes, consultora técnica do Dathi/MS, apontou que atualmente o dolutegravir é utilizado por mais de 580 mil pessoas. No entanto, os valores do antirretroviral ainda são uma barreira ao tratamento, pois possuem um impacto importante no acesso sustentável ao tratamento no Brasil e na garantia da incorporação de novos medicamentos.
Abordagem do Mercosul para garantia da qualidade de testes rápidos de ISTs
Também na perspectiva do cuidado integral à saúde, Álisson Bigolin, consultor técnico do Departamento, difundiu a experiência unificada do Mercado Comum do Sul (Mercosul) na Avaliação Externa da Qualidade (AEQ) de testes diagnósticos para sífilis, infecção por HIV e hepatite C.
O Ministério da Saúde do Brasil iniciou, em 2011, um programa nacional para supervisionar a qualidade dos testes rápidos. Ao longo da presidência pro tempore do Brasil no Mercosul, foi possível estabelecer um protocolo único, considerando as diferenças de reagentes e instrumentos disponíveis na Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Com o compartilhamento dos resultados na Conferência, a pasta ministerial espera que outros países possam utilizar o protocolo, aproveitando as evidências disponíveis.
Para o pesquisador Rachawit Setpakdeem, do Hospital Ramathibodi, da Faculdade de Medicina da Universidade Mahidol, na Tailândia, é estimulante ouvir as experiências de outros países. “Tenho conhecido pessoas de diversos lugares do mundo, e entender como outros países desenvolvem ações relacionadas ao HIV tem sido inspirador”, afirma.
Lorany Silva, Angela Martinazzo e Ádria Albarado
Ministério da Saúde