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SAÚDE & AMBIENTE
Ministra sugere parceria global para enfrentar as doenças de forte determinação social
Foto: divulgação/MS
Para a ministra Nísia Trindade, a saúde tem de estar no topo das discussões sobre os efeitos das mudanças climáticas. A afirmação foi feita, nesta terça-feira (16), durante o painel “Quando o clima afeta a sua saúde”, no Fórum Econômico Mundial. A cúpula acontece em Davos, na Suíça, e conta com representantes de mais de 100 países.
Durante o painel, Nísia citou a dificuldade enfrentada pela população de algumas regiões do Brasil como exemplo desse impacto desproporcional. “Neste início de 2024, as chuvas estão afetando a região sudeste com impacto diverso na população especialmente nas áreas consideradas mais vulneráveis, mais pobres, de população predominantemente afrodescendente. Então há, sim, uma questão étnico-racial presente”, comentou.
“Temos de nos antecipar e fortalecer os sistemas de saúde, desenvolver programas de ciência, tecnologia e inovação que favoreçam respostas dos sistemas de saúde, especificamente em relação a emergências de doenças de forte determinação social e ambiental”, alertou. “Precisamos organizar programas como o que vamos apresentar agora no Brasil, que é um plano de eliminação dessas doenças que têm forte determinação, a exemplo da doença de chagas e hanseníase”, complementou Nísia Trindade.
Ao discorrer sobre o contexto do clima, ela ainda mencionou um paradoxo. “Ao mesmo tempo, vivemos uma seca extrema na região amazônica. Todos esses fatores levam a um impacto diverso na saúde: interrupção de serviços essenciais, aumento de doenças que são transmitidas pela água e destruição de algumas unidades de saúde”.
A ministra aproveitou a oportunidade para conclamar os países a unirem esforços na construção de sistemas de saúde com foco na equidade e que caminhem juntos com outros setores governamentais, com a sociedade civil e o setor privado na elaboração de planos para redução de emissões de carbono, e na implementação de medidas sustentáveis para o setor de saúde. Segundo Nísia, essa é uma pauta prioritária que será trabalhada pelo Brasil na presidência do Grupo dos 20 (G20).
Fórum Econômico Mundial
Com o lema “Reconstruindo a confiança”, a 54ª edição do Fórum Econômico Mundial segue até a próxima sexta-feira (19). Ao longo da semana, a ministra participa de encontros bilaterais, painéis e rodas de conversa em que vai apresentar ao mundo as prioridades do Brasil na presidência do G20, como a proposta de criação de uma ampla parceria para o desenvolvimento de medicamentos e vacinas. Entre os temas estratégicos em debate no evento também estão a transição energética, segurança global e o desenvolvimento da inteligência artificial.