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DOENÇAS DETERMINADAS SOCIALMENTE
Presidente do Brasil e diretor-geral da OMS tratam de temas estratégicos para o país
A ministra da Saúde, Nísia Trinidade, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, o presidente Lula e o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa - Foto: Ricardo Stuckert / PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta segunda-feira, 5 de fevereiro, com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, no Palácio do Planalto. Acompanhado da ministra da Saúde, Nísia Trindade, o presidente conversou com Adhanom sobre temas de importância estratégica para o Brasil, como o apoio da OMS ao país para a eliminação de doenças determinadas socialmente, uma parceria para o fornecimento de vacinas brasileiras contra a dengue e a presidência brasileira do G20, que conta com Grupo de Trabalho de Saúde.
Adhanom afirmou que a OMS pretende dar todo o apoio possível ao Brasil na eliminação de doenças como a tuberculose, a hanseníase, a doença de Chagas e doenças transmitidas de gestante para o feto, como o HIV, trabalhando próximo ao governo brasileiro. O diretor-geral da OMS e o presidente Lula também conversaram sobre a presidência do G20, que conta com Grupo de Trabalho de Saúde, e a conclusão dos trabalhos do Órgão de Negociação Intergovernamental na elaboração e negociação de instrumento internacional para prevenção, preparo e resposta a pandemias, no qual o Brasil atua como representante das Américas no grupo responsável pela coordenação dos trabalhos.
O diretor-geral agradeceu o apoio do presidente e pediu que o G20 possa pautar a discussão sobre o financiamento da saúde. Lula ressaltou que considera necessário haver uma melhor política tributária, que possa ampliar o financiamento do setor. Os dois líderes também conversaram sobre uma possível parceria na produção da vacina contra a dengue, tanto do Butantan quanto da Fiocruz. Para Adhanom, o Brasil pode ser um fornecedor do imunizante.
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Eliminação de doenças determinadas socialmente
Na terça-feira, 6 de fevereiro, Tedros Adhanom esteve presente na abertura da 37ª reunião da Stop TB Partnership, coalizão global de parceiros dedicada a unir esforços para eliminar a tuberculose. Na quarta-feira, 7, ele participará, com a ministra Nísia Trindade, do lançamento do Programa Nacional para a Eliminação de Doenças Determinadas Socialmente.
A assinatura do decreto instituindo o Programa é um desdobramento das ações do Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente. Lançado em abril do ano passado, o Comitê é uma política governamental liderada pelo Ministério da Saúde, alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e à iniciativa da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para a eliminação de doenças nas Américas. No total, o grupo multissetorial engloba 14 ministérios do governo brasileiro que atuam na promoção de ações para a eliminação de doenças determinadas socialmente enquanto problemas de saúde pública no país até 2030.
No total, o Programa pretende eliminar sete doenças e a transmissão vertical de cinco infecções, além de alcançar as metas de eliminação da aids, da tuberculose, das hepatites e da hanseníase estabelecidas pela OMS. As pessoas afetadas por essas doenças precisam da resposta de setores para além da saúde. “O SUS é referência internacional justamente por causa do princípio da integralidade. É impossível olhar para essas doenças e achar que serão eliminadas somente com ações da saúde. O adoecimento da população não afeta somente a nossa área; estamos falando de pessoas excluídas de direitos básicos como acesso à renda [trabalho], habitação, saúde e educação, dentre outros”, afirma Draurio Barreira, coordenador executivo do Comitê Interministerial que deu origem ao Programa.