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Saúde divulga dados epidemiológicos sobre HIV e aids no Brasil
O Ministério da Saúde – por meio do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde (Dathi/SVSA) – divulgou hoje (11), o Boletim Epidemiológico de HIV e Aids 2024. Conforme o documento, em 2023, houve um aumento de 4,5% nos casos de HIV em comparação a 2022, demonstrando aumento da capacidade de diagnóstico dos serviços de saúde brasileiros. Além disso, em 2023, a taxa de mortalidade por aids foi de 3,9 óbitos, a menor desde 2013.
Para Draurio Barreira, diretor do Dathi, o aumento da capacidade de diagnóstico está diretamente relacionado às ações de ampliação da oferta de insumos de prevenção, em particular a profilaxia pré-exposição (PrEP). “Em 2024, tivemos um aumento de 100% de usuários de PrEP, totalizando cerca de 109 mil usuários. Para entrar em PrEP, as pessoas precisam se testar. Somente com essa iniciativa, aumentamos exponencialmente nossa capacidade de diagnóstico e, inclusive, alcançamos mais uma meta de eliminação da aids como problema de saúde pública até 2030”, afirma.
Quanto ao perfil das pessoas que concentram a maioria dos casos de infecção pelo HIV em 2023, os dados apontam que 70,7% foram notificados em pessoas do sexo masculino, 63,2% ocorreram em pessoas pretas e pardas, e que 53,6% em homens que fazem sexo com homens. A razão de sexos é de 2,7 casos em pessoas do sexo masculino para cada caso do sexo feminino. A faixa etária com mais casos, 37,1%, é a de 20 a 29 anos de idade, sendo que, no sexo masculino, a mesma faixa etária concentra 41% dos casos.
“Sabemos que o Ministério da Saúde possui as melhores tecnologias para prevenção, diagnóstico e tratamento do HIV e da aids, mas também sabemos que precisamos ir além do setor saúde para alcançar pessoas vulnerabilizadas que, por barreiras criadas por determinantes sociais diversos, incluindo estigma e discriminação, não conseguem acessar os serviços de saúde. Por isso o Ciedds [Comitê Interministerial para a Eliminação de Infecções e Doenças Determinadas Socialmente] e o Brasil Saudável são tão importantes”, ressalta o diretor do Dathi.
Sobre os casos de aids, em 2023, foram registrados 38 mil casos da síndrome, com a região Norte registrando a maior taxa de detecção do país, 26%, seguida pela região Sul, 25%. No ranking de casos, Boa Vista-RR, Manaus-AM e Porto Alegre-RS, apresentam taxas de detecção de 50,4%, 48,3% e 47,7%, respectivamente. Pessoas do sexo masculino foram responsáveis por cerca de 27 mil dos casos registrados.
A faixa etária com maioria dos casos de aids é a de 25 a 29 anos de idade, com 34%, seguida da de 30 a 34 anos, com 32,5%. Quando observado somente o sexo masculino, essas mesmas faixas etárias correspondem a 54,8% e 50,3%. Quanto à categoria de exposição, em 2024, 43,9% dos casos notificados da síndrome ocorreram entre pessoas do sexo masculino homossexuais e bissexuais.
Em 2023, foram registrados 10.338 óbitos por aids, mas a mortalidade padronizada registrada foi 3,9%, a menor desde 2013. “Temos investido fortemente na melhoria do tratamento para HIV e aids, inclusive com a aquisição de medicamentos para o cuidado de pessoas multirresistentes aos antirretrovirais comuns, isso impacta diretamente na qualidade e na expectativa de vida das pessoas que vivem com HIV ou aids. A saúde é um direito universal e a atual gestão trabalha e seguirá trabalhando em parceria com a sociedade civil e articulação intra, inter e extrasetorial para garantir esse direito”, enfatiza Draurio Barreira.
Ádria Albarado
Ministério da Saúde