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HIV E AIDS
Dathi participa de audiência pública sobre eliminação do HIV
- Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados
O Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi/SVSA/MS) participou, nesta terça-feira (28/08), de uma audiência pública na Câmara dos Deputados. Realizada pela Frente Parlamentar Mista de Enfrentamento às IST, HIV/Aids e Hepatites Virais, a reunião foi conduzida pela deputada federal Erika Kokay e teve como tema “Indetectável = Intransmissível – Uma Estratégia Possível para Eliminar o HIV como Problema de Saúde Pública”.
O tema da audiência faz referência ao fato de que pessoa que vive com HIV ou aids e realiza corretamente o tratamento atinge uma carga viral indetectável e não transmite o vírus. Para o diretor substituto Dathi/SVSA/MS, Artur Kalichman, esse é um pilar para a eliminação da aids como problema de saúde pública no Brasil. "O SUS oferece prevenção combinada, impede que as pessoas adoeçam e transmitam a infecção", destaca.
A prevenção combinada associa diferentes estratégias de prevenção ao HIV, como a testagem regular; a prevenção da transmissão vertical durante a gestação; tratamento das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e das hepatites virais; a imunização para as hepatites A e B; profilaxias pré e pós-exposição (PrEP e PEP); além de tratamento para todas as pessoas que já vivem com HIV ou aids. “A combinação de algumas dessas estratégias impede que as pessoas adoeçam e transmitam a infecção", destaca Artur. Ele também reforçou a determinação do governo em enfrentar desafios complexos relacionados ao HIV e outras infecções, destacando o Programa Brasil Saudável.
A Oficial de Igualdade e Direitos do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids (Unaids), Ariadne Ribeiro, falou sobre as metas da entidade para eliminação do HIV como ameaça à saúde pública e destacou as barreiras que prejudicam esse processo, como o aumento do estigma no contexto global e avanço da pauta não democrática.
O vice-presidente da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA), Veriano Terto Jr, também destacou o quanto estigma, inclusive no setor da saúde, prejudica a resposta ao HIV.
A coordenadora do Comitê de HIV, Aids e ISTs da Sociedade Brasileira de Infectologia, Tânia Regina Vergara, ressaltou a importância não só de intervenções sociais, como das biomédicas, como por exemplo, testar as pessoas que chegam nas unidades de saúde e oferecer as estratégias de prevenção à infecção, como a PrEP e PEP. Para ela, o diagnóstico tardio é uma das principais barreiras para o controle da epidemia de aids.
Brasil Saudável
Lançado em fevereiro, o Programa Brasil Saudável promove uma atuação integrada e transversal entre as políticas públicas, visando a potencialização e resolutividade das ações e, ao mesmo tempo, a otimização de recursos para acelerar o processo de eliminação de doenças e infecções determinadas socialmente enquanto problemas de saúde pública no Brasil, até 2030. No total, o Brasil Saudável pretende eliminar sete doenças e a transmissão vertical de cinco infecções, além de alcançar as metas de eliminação da aids, da tuberculose, das hepatites e da hanseníase estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).