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TUBERCULOSE
Saúde debate o monitoramento de casos de tuberculose em mês de conscientização
O tratamento preventivo da tuberculose foi tema de mais um webinar do Ministério da Saúde nessa terça-feira (26). Seguindo a programação de palestras do mês da tuberculose, o evento proporcionou diálogos voltados a estratégias de vigilância em saúde para a prevenção da doença no Brasil.
Com o tema “Sem prevenção não há solução: avanços e desafios para a vigilância e tratamento da infecção pelo Mycobacterium Tuberculosis no Brasil”, a iniciativa do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi/SVSA/MS) contou com a moderação de Nildo Barros e as palestrantes Geisa Cervieri e Liliana Romero, da Coordenação-Geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias não Tuberculosas (CGTM/Dathi), e Silvana Zanella do Programa Estadual de Controle da Tuberculose do Rio Grande do Sul (Pect-RS). A conversa teve como temas principais a vigilância da infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB) – quando uma pessoa é infectada pelo M. tuberculosis e o bacilo permanece “adormecido” no indivíduo – e ferramentas que auxiliam no diagnóstico e tratamento preventivo da tuberculose.
Uma das tecnologias essenciais para a vigilância dos casos de ILTB é o Sistema de Vigilância Nacional da Infecção Latente de Tuberculose (IL-TB), plataforma inclusa no Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose. Desde sua implantação em 2018, o Sistema visa ampliar a coleta de dados sobre o panorama geral da ILTB e permite a geração de informações para o cálculo de indicadores, monitoramento e avaliação das ações de vigilância da ILTB.
Fernanda Dockhorn, coordenadora-geral da CGTM, reforça a importância da notificação da ILTB para um melhor entendimento da dinâmica da doença em território nacional. “A notificação e acompanhamento das pessoas que iniciaram o tratamento preventivo da tuberculose por meio do Sistema gera informações que representam, de forma mais fidedigna, a realidade do país, subsidiando a tomada de decisão por parte dos gestores”. Experiências como a do Rio Grande do Sul, relatadas por Silvana Zanella, mostram que o uso do IL-TB permite também conhecer o perfil clínico e sociodemográfico dos casos.
Geisa Cervieri e Liliana Romero deixaram expressas em suas apresentações que, mesmo com os avanços do país no controle da doença, ainda há muito a ser feito e que as intervenções no diagnóstico e tratamento preventivo da tuberculose possuem um papel essencial no cumprimento das metas de eliminação da doença como problema de saúde pública no Brasil.
A programação de palestras sobre a tuberculose se estenderá até o mês de abril, com mais datas a serem anunciadas no canal da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) no Youtube, onde serão disponibilizadas as apresentações.
Boletim Epidemiológico da Tuberculose 2024
Em março, foi lançado a nova versão do Boletim Epidemiológico da Tuberculose, atualizando o panorama da doença no país. O documento informa o progresso da resposta da doença em nível nacional, regional e estadual no contexto de compromissos globais e nacionais, além de refletir o protagonismo do governo brasileiro e seus parceiros na agenda internacional da eliminação da tuberculose.
Entre os avanços do Brasil na resposta à doença, estão a criação do Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente (Ciedds) que, em 2024, passou a coordenar o Programa Brasil Saudável.
O Boletim mostra que em 2023, o país registrou 80.012 casos novos de tuberculose, com os estados de Roraima, Amazonas e Rio de Janeiro despontando com maior incidência de casos. A maior proporção dos casos (69,2%) ocorreu em pessoas do sexo masculino. Observa-se também um aumento no número de casos registrados entre pessoas pretas e pardas, passando de 57,1% em 2013 para 65,2% em 2023.
Confira o Boletim completo no link.