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SAÚDE DA MULHER
Saiba como prevenir o câncer do colo de útero
Dados do Instituto Nacional de Câncer mostram o câncer de colo do útero, no Brasil, como o terceiro tumor mais frequente na população feminina. Por ano, são cerca de 17 mil novos casos e quase 7 mil óbitos. Apesar de evitável, a doença é considerada problema de saúde pública mundial, particularmente em países menos desenvolvidos. No mundo, é o quarto tipo de câncer mais comum entre mulheres. Nas Américas, é a causa da morte de 35,7 mil mulheres – sendo 80% dos casos na América Latina e no Caribe.
A principal causa da doença é a infecção sexualmente adquirida com certos tipos de papilomavírus humano (HPV). Dois tipos de HPV (16 e 18) causam 70% dos cânceres do colo do útero e lesões pré-cancerosas. Também há evidências científicas de que o HPV é a infecção viral mais comum do trato reprodutivo e que está relacionada aos cânceres do ânus, vulva, vagina, pênis e orofaringe. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a maioria das pessoas sexualmente ativas será infectada em algum momento de suas vidas. O tempo mais provável para contágio é pouco depois do início da vida sexual.
Estudo Epidemiológico sobre a Prevalência Nacional da Infecção pelo HPV (POP Brasil) realizado em 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal – que incluiu homens e mulheres entre 16 e 25 anos de idade – identificou taxas de prevalência de 52,3% a 63,5% de qualquer tipo de HPV, e taxas de HPV de alto risco de 39,8% a 53,1%.
Para prevenção e controle do câncer do colo do útero, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda uma abordagem integral, com ações ao longo da vida e enfoque multidisciplinar. Contudo, a prevenção primária é a vacinação contra o HPV em meninas com idade entre 9 e 14 anos, antes de se tornarem sexualmente ativas.
Também são recomendadas:
- Educação sobre práticas sexuais seguras, incluindo o adiamento no início da atividade sexual;
- Promoção do uso e fornecimento de preservativos para as que já tiveram atividade sexual;
- Advertências sobre o uso do tabaco, fator de risco para o câncer de colo de útero e outros cânceres;
- Para mulheres sexualmente ativas a partir dos 30 anos, a realização de exames periódicos que detectam células anormais ou lesões pré-cancerosas no colo do útero.
Vacina do SUS
A OMS lançou em 2020 a Estratégia Global para a Eliminação do Câncer do Colo do Útero e, pela primeira vez, 194 países se comprometeram em eliminar a neoplasia. O Brasil é um dos signatários dessa estratégia e tem como meta imunizar com a vacina HPV 90% das meninas de até 15 anos de idade; realizar exames de rastreio em 70% das mulheres, primeiro aos 35 e depois aos 45 anos; e fornecer tratamento adequado a 90% das mulheres diagnosticadas com doença cervical.
Comprovadamente segura e muito efetiva na prevenção dos desfechos desfavoráveis da infecção pelo vírus HPV, a vacina HPV quadrivalente foi incorporada ao Calendário Nacional de Vacinação do país em 2014. Em 2024, o Ministério da Saúde atualizou o esquema de vacinação e adotou a dose única contra o HPV. A estratégia busca intensificar a proteção contra o câncer de colo de útero e outras complicações associadas ao vírus e permite dobrar a capacidade de imunização com o estoque atual da pasta.
Podem buscar a vacina no Sistema Único de Saúde:
- Adolescentes de 9 a 14 anos;
- Vítimas de abuso sexual;
- Pessoas que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos com idade entre 9 e 45 anos.