Notícias
TECNOLOGIA
Projeto piloto visa qualificar diagnóstico e aprimorar a vigilância da tuberculose
Na última semana ocorreu o lançamento do piloto de implantação da Seq&Treat no Brasil. A iniciativa visa avaliar e implementar o targeted next-generation sequencing (tNGS) que, em tradução livre, significa sequenciamento de nova geração direcionado. Trata-se de um método de sequenciamento genético que permite identificar a resistência aos medicamentos de tuberculose, além de auxiliar em ações de diagnóstico e vigilância. O evento foi realizado no Laboratório de Referência Nacional de Tuberculose e Micobactérias Não Tuberculosas – Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF/Ensp/Fiocruz), no Rio de Janeiro.
O projeto é uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Foundation for Innovative New Diagnostics (Find) e a Agência de Saúde Global (Unitaid), com apoio do Ministério da Saúde. A coordenadora-geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias Não Tuberculosas do Ministério da Saúde (CGTM/MS), Fernanda Dockhorn, enfatizou a relevância do projeto para as ações do governo, citando como exemplo as metas do Programa Brasil Saudável para a tuberculose: reduzir a incidência para menos de dez casos por 100 mil habitantes e diminuir o número de mortes para menos de 230 óbitos por ano, até 2030.
“Para alcançarmos a eliminação da tuberculose como problema de saúde pública, precisamos trabalhar em conjunto, ampliando e aperfeiçoando as estratégias de resposta a essa doença que afeta populações vulnerabilizadas no mundo todo”, explicou Fernanda. Ela também abordou a perspectiva de ampliação da rede de sequenciamento, destacando como o piloto favorecerá a expansão para outros locais do país, levando os avanços para além das fronteiras iniciais.
Além da coordenadora da CGTM, Swapna Uplekar, representando a Find; Karen Gomes, coordenadora-substituta da Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLab); Tânia Fonseca, representando a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz); e Fátima Fandinho, chefe do Laboratório de Referência Nacional de Tuberculose e Micobactérias Não Tuberculosas – Centro de Referência Professor Hélio Fraga, participaram do evento.
Durante a reunião, Tânia Fonseca destacou o aniversário de 40 anos do CRPHF e a relevância do Centro para a resposta brasileira à tuberculose. Ela ressaltou a importância do trabalho conjunto das áreas, em especial das referências nacional e regional, enfatizando a necessidade de colaboração e cooperação para alcançar resultados significativos na luta contra a doença.
Já Karen Gomes ressaltou a importância do diagnóstico preciso – especialmente por meio da técnica de sequenciamento tNGS – para otimizar o cuidado às pessoas com tuberculose e melhorar o tratamento. De acordo com ela, a precisão no diagnóstico faz diferença na vida das pessoas, pois garante um acompanhamento mais eficaz e personalizado.
Swapna Uplekar, por sua vez, explicou a relevância da fase de implantação do projeto, após um longo período de desenvolvimento e pesquisa. Para ela, o momento representa a concretização de esforços e investimentos e, a implementação efetiva do projeto pode impactar positivamente na abordagem global da tuberculose. O piloto ocorrerá até dezembro deste ano no CRPHF/Ensp/Fiocruz e no Laboratório de Referência Regional de Tuberculose e Micobactérias Não Tuberculosas - Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz).