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BRASIL SAUDÁVEL
Ministério da Saúde dialoga com gestores sobre estratégias para eliminação das hepatites virais no Brasil
Para alcançar a eliminação das hepatites virais como problema de saúde pública no Brasil é necessário esforço conjunto de gestores municipais, estaduais e federal da saúde. Por isso, o Ministério da Saúde realizou, esta semana, o webinar “Diálogos para a eliminação das hepatites virais – eixo gestão”. O encontro on-line reuniu gestores e profissionais que atuam no tema para alinhamento das diretrizes com foco em prevenção, diagnóstico, tratamento e monitoramento das hepatites.
O médico infectologista e consultor técnico da Coordenação-Geral de Vigilância de HIV, Aids e Hepatites Virais (CGHAV), Mario Gonzalez, fez a abertura do evento. Segundo ele, o Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) está construindo o caminho para a eliminação das hepatites virais no país, considerando a importância de envolver diferentes atores nesse processo.
Segundo o coordenador-geral da CGAHV, Artur Kalichman, a elaboração de respostas às hepatites virais precisa contar com os três níveis de gestão e ser factível para todos. “O Brasil dispõe das ferramentas necessárias para alcançar a eliminação. Mas, para isso, precisamos também organizar a linha de cuidado com toda a rede e alinhar métodos de prevenção, fluxos de diagnóstico e tratamento”.
O evento também contou com apresentações dos consultores técnicos do Dathi Elton Carlos de Almeida e Rafael Giglio Bueno. Durante o encontro, eles destacaram a importância de organizar estratégias que considerem as peculiaridades de cada região do Brasil junto à sociedade civil e aos gestores de saúde.
Elton lembrou que, no ano passado, o Departamento realizou um seminário para que os coordenadores pudessem apontar dificuldades enfrentadas em seus territórios. Com base nessas informações, o Dathi classificou ações prioritárias para alcançar as metas para a eliminação das hepatites virais como problemas de saúde pública até 2030. Entre os problemas identificados estão: falta de informações sobre as hepatites virais para gestores e profissionais de saúde; enfraquecimento das ações em parceria com organizações da sociedade civil (OSC); e, dificuldade de descentralizar o cuidado das pessoas com hepatites no âmbito da Atenção Primaria à Saúde.
Na ocasião, Rafael Bueno informou que a elaboração do planejamento estratégico do Departamento inclui lançar, até 2027, pelo menos quatro editais de fomento a pesquisas na área; elaboração de guia para o caminho da eliminação das hepatites; realização de oficinas para construção e implementação da linha de cuidados para eliminação das hepatites, bem como de documento para orientar profissionais das Unidades Dispensadoras de Medicamentos sobre adesão ao tratamento; lançamento de editais para fomento à atuação de OSC, entre outros.
Os participantes da atividade sugeriram integrar profissionais de nefrologia à resposta às hepatites visando o fortalecimento do cuidado às pessoas que fazem diálise. A integração de profissionais que atuam em unidades prisionais com o objetivo de facilitar o acesso às pessoas privadas de liberdade, também foi sugerido uma vez que são pessoas vulneráveis às infecções.
O Ministério da Saúde está dialogando com o Ministério da Justiça para facilitar as ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das hepatites no sistema prisional a partir das ações do Programa Brasil Saudável. O Programa é composto por 14 ministérios e tem, entre seus objetivos, a eliminação da transmissão vertical da hepatite B e o alcance da meta de diagnosticar 90% das pessoas, tratar 80% das pessoas diagnosticadas, reduzir em 90% as novas infecções e reduzir em 65% a mortalidade por hepatites virais no Brasil até 2030.
Esse foi o primeiro de uma série de webinars sobre o tema realizado pelo Dathi. Os próximos ocorrerão no mês de maio e primeira semana de junho, e serão abordados os eixos prevenção, diagnóstico, tratamento e vigilância.