Notícias
HIV
Especialistas debatem boas práticas na testagem e diagnóstico de HIV
O momento do atendimento nos serviços de saúde é uma oportunidade valiosa para o reconhecimento e o acolhimento de populações que, outrora, estariam alienadas de seus direitos básicos. O webinar “Diálogos em Prevenção do HIV - Testagem e diagnóstico de HIV: como não perder oportunidades”, realizado na última semana, debateu o atendimento humanizado de populações em situação de maior vulnerabilidade para essa infecção.
Realizado pelo Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), o evento teve como objetivo apresentar orientações, compartilhar boas práticas e propor avanços para a aceleração das ações em prevenção ao HIV, tendo como foco o diagnóstico para essa infecção.
O coordenador-geral de Vigilância do HIV, Aids e das Hepatites Virais (CGAHV), Arthur Kalichman, enfatizou a relevância da iniciativa. “A escuta no atendimento às populações vulnerabilizadas deve ser ativa e acolhedora. Todo o nosso esforço em eliminar o HIV passa diretamente pela garantia de um atendimento acessível e humanizado”.
A atividade contou com a apresentação e a moderação do biólogo José Boullosa, tecnologista do Ministério da Saúde, e das consultoras técnicas, Aline Pilon e Tayrine Huana. Durante as explanações, as especialistas destacaram a importância do olhar amplo para as populações com vida sexual ativa e para as diversas formas que esses grupos são vulnerabilizados socialmente.
Aline Pilon explicou que a vulnerabilização das pessoas na prevenção ao HIV ocorre em três campos. O primeiro deles é o individual, quando está relacionado às informações que as pessoas possuem sobre HIV, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), práticas de prevenção e autocuidado. Já o segundo, é o social que, por sua vez, se remete a aspectos contextuais, culturais, políticos e morais relacionados à vida em sociedade. O último, por fim, é o programático e consiste na qualidade das respostas institucionais acerca dos fatores estruturais associados à transmissão de HIV e outras ISTs em uma sociedade.
Durante o evento, também foi possível compreender melhor sobre as populações em situação de maior vulnerabilidade para o HIV. No que se refere a epidemia de HIV, é possível identificar populações-chave – aquelas nas quais há prevalência desproporcional na prevalência da infecção quando comparados à população em geral, como por exemplo, gays, homens que fazem sexo com homens, trabalhadoras do sexo, travestis e mulheres trans – e as populações prioritárias – segmentos que apresentam vulnerabilidades acrescidas devido à situação de vida ou contextos sociais, históricos e estruturais, como por exemplo, população negra, indígena e em situação de rua.
Ao final do webinar, a consultora técnica Tayrine Huana realizou um quiz por meio do qual o público pode testar conhecimentos sobre estratégias de Prevenção Combinada e vulnerabilidades em HIV. O evento foi voltado a usuários(as), gestores(as), trabalhadores(as) da saúde, academia e sociedade civil.
Educação em saúde
Além de realizar eventos virtuais com frequência, o Dathi disponibiliza cursos on-line gratuitos para a educação e qualificação em serviços de saúde. As plataformas utilizadas são de instituições parceiras e os certificados são entregues ao completar os módulos.
Voltados ao acolhimento humanizado e livre de discriminação, os cursos “Acesso e acolhimento das populações-chave do HIV e da aids nos serviços de saúde” (AvaSUS) e “Enfrentamento ao estigma e discriminação de populações em situações de vulnerabilidade nos serviços de saúde” (Fiocruz) estão disponíveis ao público.