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TUBERCULOSE
Especialistas apresentam iniciativas de ação multissetorial na resposta à doença
O webinar “Ferramentas para o alcance das metas por um Brasil livre da TB: conheça mais sobre o MAF-TB e o Ciedds”, realizado na última quinta-feira (11), reuniu especialistas para apresentar práticas de implementação e monitoramento de políticas de saúde para controle da tuberculose. O evento, realizado pelo Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), faz parte da agenda de palestras e debates do mês da tuberculose exibidos no canal da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) no Youtube.
A atividade contou com a moderação de Kleydson Andrade, consultor nacional em tuberculose e hanseníase da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e com palestras de Gabriela Magnabosco, docente da Universidade Estadual de Maringá, e Patrícia Sanine, consultora técnica da Coordenação-Geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias Não Tuberculosas do Ministério da Saúde (CGTM/MS).
O caráter multissetorial das ações de controle da tuberculose foi um ponto recorrente durante as palestras. Como lembrou Kleydson Andrade, a tuberculose é uma doença influenciada fortemente por fatores sociais e econômicos. Logo, os esforços de eliminação da doença realizados pelo Governo Federal abrangem áreas fora da saúde, como evidenciado em iniciativas como o Programa Brasil Saudável.
O Multisector Accontability Framework to End TB (MAF-TB) – ou, “marco de rendição de contas para acabar com a TB”, em tradução livre – foi apresentado por Gabriela Magnabosco como uma estrutura de fortalecimento da articulação multissetorial, da participação e controle social, e de transparências nas ações voltadas à tuberculose. Entre os objetivos do MAF-TB estão o estabelecimento de um sistema de prestação de contas frente às ações que promovam a transparência, a responsabilidade e a participação de múltiplos setores na resposta à doença, além da identificação de lacunas, desafios e oportunidades de melhoria na eficácia das ações de controle da tuberculose.
Gabriela Magnabosco também lembrou o Plano Nacional Brasil Livre da Tuberculose que tem, entre seus objetivos, chegar a menos de dez casos por 100 mil habitante até 2035. A palestrante também destacou a queda da detecção da doença durante e após a pandemia. “Temos uma lacuna entre a existência de tecnologias diagnósticas e assistenciais e a capacidade de resposta frente à doença no país”. Para ela, esse cenário é um sinal de alerta, pois está aquém do esperado pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) e Mundial da Saúde (OMS) para a eliminação da tuberculose.
Ao reforçar a relação entre a tuberculose e determinantes sociais, Patrícia Sanine destacou as o trabalho intersetorial da saúde e outras pastas como acordos de cooperação técnica com a justiça, direitos humanos e assistência social. O Programa Brasil Saudável – um desdobramento do Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente (Ciedds) – foi apresentado como importante iniciativa de convergência de esforços. O pioneirismo das iniciativas foi elogiado durante todo o webinar.