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ATUALIZAÇÃO
Crianças e adolescentes têm tratamento simplificado para tuberculose
A duração do tratamento para tuberculose é um dos desafios para a eliminação da doença como problema de saúde pública. Assim, o Ministério da Saúde está empenhado em facilitar a adesão das pessoas aos esquemas terapêuticos. Dessa forma, foi publicada esta semana a Nota Informativa nº5/2024 orientando a implementação de tratamento com duração reduzida de seis para quatro meses, nos casos de tuberculose sensível não grave em crianças e adolescentes.
Por meio do documento, a Coordenação-Geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias Não Tuberculosas (CGTM/Dathi/SVSA/MS) atualiza as recomendações para tratamento para a doença, conforme evidencias cientificas e recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Com isso, o tratamento que atualmente é realizado durante seis meses, poderá ser reduzido para quatro meses, desde que o caso se enquadre nos critérios especificados na Nota. A medida também visa diminuir os efeitos adversos, pela menor exposição aos medicamentos.
“O tratamento principal para crianças e adolescentes continua tendo seis meses de duração. A atualização para quatro meses é uma alternativa terapêutica para os casos bem definidos de tuberculose pulmonar sensível não grave. Caso não haja evolução clínica satisfatória, recomendamos completar os seis meses”, informa a coordenadora-geral da CGTM, Fernanda Dockhorn.
O Ministério da Saúde recomenda a redução da duração de tratamento exclusivamente para a população com idade entre três meses e 16 anos, com tuberculose sensível e não grave, sem suspeita de resistência aos medicamentos. A novidade também pode ser aplicada aos casos de coinfecção HIV e tuberculose não grave, dependendo do grau de imunossupressão, do estado da terapia antirretroviral e da presença de outras infecções oportunistas.
De acordo com dados preliminares apresentados no Boletim de Tuberculose, em 2023, foram identificados 80.012 casos novos da doença no Brasil, dos quais 3,6% foram em pessoas até 15 anos de idade. Uma vez que crianças menores de cinco anos são mais susceptíveis às formas graves da doença, a vacinação com BCG se mantém como uma estratégia importante para a redução de formas graves e óbitos nessa faixa etária.