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Eliminação da sífilis congênita é tema de conversa com especialistas
Com o objetivo de dialogar a respeito de estratégias para a eliminação da transmissão vertical da sífilis – a sífilis congênita –, o Portal de Boas Práticas, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) promoveu na última quinta-feira, 05, um encontro com especialistas na área. A sífilis congênita é a infecção do feto pelo Treponema pallidum, por via placentária, e pode ocorrer em qualquer momento da gestação quando não é realizado o tratamento adequado. Em 2021, foram notificados 27.019 casos, o que significa uma taxa de incidência de 9,9 ocorrências por 1.000 nascidos vivos. Para alcançar a eliminação dessa doença como problema de saúde pública, esse número precisa ser inferior a 0,5.
Durante o evento, a farmacêutica sanitarista da Coordenação-Geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (Cgist/Dathi/SVSA), Pamela Gaspar, explicou a importância de considerar as especificidades de cada estado brasileiro na elaboração de ações efetivas para a redução de casos de transmissão da infecção. Segundo o boletim epidemiológico de sífilis de 2022, as unidades federativas que apresentaram aumentos mais expressivos nas taxas de incidência de sífilis congênita, entre 2020 e 2021, foram Roraima (135,6%), Amapá (92,5%), Acre (72,6%), Ceará (46,3%) e Espírito Santo (36%).
Em sua fala, Pamela Gaspar informou que, no boletim a ser publicado ainda este ano, foi observada uma tendência de queda, em números absolutos, da taxa de incidência da sífilis congênita. Além disso, ela destacou ações do Ministério da Saúde em resposta a essa questão de saúde pública, como a entrega de certificado e selo de boas práticas para municípios que alcançaram os critérios estabelecidos no Guia Para Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical de HIV e/ou Sífilis, a criação do Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente (Ciedds) e o Pacto Nacional para a Eliminação da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis, Hepatite B e Doença de Chagas como Problema de Saúde Pública.
Realizado de forma virtual, o tema do encontro foi “Eliminação da transmissão vertical da Sífilis Congênita: prevenção, diagnóstico e tratamento da mulher, parcerias e recém-nascido”, e a gravação do evento pode ser acessada neste link. Também participaram do encontro Roseli Calil, médica neonatologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Coordenação de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente (Cacriad/Cgiras/DGCI/Saps/MS); Laio Magno, enfermeiro, professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb); Debora Beltrammi, médica obstetra, assessora técnica da Coordenação de Atenção à Saúde da Mulher (Cosmu/Cgaci/DGCI/Saps/MS); Celmário Castro Brandão, coordenador de Saúde do Homem (Cosah/Cgaci/DGCI/Saps/MS) e Igor Gonçalves Ribeiro, assessor técnico de Atenção às Doenças Transmissíveis na Atenção Primária (CDTAP/Cgaci/DGCI/Saps/MS). O Portal de Boas Práticas é integrado por instituições de ensino e pesquisa de todo o Brasil e disponibiliza conteúdo gratuito e aberto de forma periódica.