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IST E AIDS
Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente é apresentado em evento nacional
O diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (Dathi/SVSA/MS), Draurio Barreira, apresentou o Ciedds – Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente – no XIV Congresso da Sociedade Brasileira de DST, realizado em Florianópolis-SC entre 4 e 7 de outubro deste ano. O evento conta com a participação de diversos profissionais e gestores de saúde, pesquisadores dos temas e representantes da sociedade civil.
Draurio compartilhou detalhes sobre as conversas iniciais para a criação do Ciedds e as metas a serem alcançadas pela iniciativa, a partir de indicadores internacionais validados pela Organização Mundial da Saúde e pelos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Além disso, o diretor do Dathi ressaltou a articulação com a sociedade civil para a construção dos planos e a importância do controle social para a implementação da política pública.
Segundo Draurio, é preciso mais que boas intenções em todos os âmbitos. “É necessário ter a parceria da sociedade civil para o controle social dos diversos atores envolvidos na eliminação das doenças determinadas socialmente, pois temos metas completamente factíveis”. Ele também apresentou informações sobre o que já foi feito de abril até aqui e os próximos passos do Comitê que, atualmente, trabalha na elaboração do seu plano de ações e na busca de financiamento.
O presidente do Fórum das ONGs aids de São Paulo, Rodrigo Pinheiro, aponta que ações intersetoriais para a prevenção ao HIV e o cuidado às pessoas vivendo com HIV ou aids são um pedido antigo dos movimentos sociais. Ele destaca ainda que os movimentos sociais têm uma atuação muito forte na articulação política, especialmente com a atual gestão, para avançar nas ações e espera que a iniciativa do governo federal impacte estados e municípios para replicação da política nos territórios.
“Precisamos que, além do Ministério da Saúde, estados e municípios façam essa discussão, principalmente os municípios, pois é onde as políticas se efetivam na base. Os municípios precisam comprar essa ideia e fazer essa articulação com desenvolvimento social, transporte e outros setores para avançarmos. Isso já existe em São Paulo, onde temos uma comissão intersetorial para discutir políticas públicas para HIV e aids”, comenta Rodrigo.
A expectativa de gestores estaduais e municipais é a mesma. Beatriz Maciel é gerente de Vigilância em ISTs na Secretaria de Saúde do Distrito Federal e, de acordo com ela, a saúde tem as informações sobre os casos e as vulnerabilidades, mas é necessário que outros setores compreendam seus papéis para a eliminação das doenças determinadas socialmente. “O Ciedds é estratégico para o enfrentamento de questões que impactam o acesso e o cuidado em saúde. Isso partindo do âmbito federal para os territórios tem uma força enorme, pois, com base nessa política, também teremos força para trabalhar de forma intersetorial no sentido de conseguirmos apoio e recursos para avançar na resposta às doenças”.