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EXPOEPI
Debate sobre a eliminação do HIV como problema de saúde pública abre a participação do Dathi na 17ª ExpoEpi
É possível eliminar o HIV como problema de saúde pública até 2030? Essa foi a pergunta que direcionou a participação dos representantes do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS) na reunião de dirigentes de Vigilância em Saúde realizada na pré-ExpoEpi nesta segunda-feira (6). A atividade é parte da 17ª edição da Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (ExpoEpi), que ocorre até o dia 10 de novembro no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB).
Para o diretor do Dathi, Draurio Barreira, a resposta é sim, desde que a saúde reforce a atuação no diagnóstico e na prevenção. “Nós temos duas ações prioritárias neste momento: a primeira é diagnosticar, facilitando testes rápidos e autotestes, simplificando os testes disponíveis, barateando e expandindo a detecção a um nível nunca atingido até agora. A segunda, é prevenir”, revelou o diretor.
Confirmando a máxima “prevenir é melhor que remediar”, dados de monitoramento realizado pelo Departamento apontam que municípios onde a população tem mais acesso a métodos de prevenção apresentam diminuição de novos casos de HIV. O coordenador-geral de Vigilância de HIV, Aids e Hepatites Virais (CGAHV/SVSA/MS), Artur Olhovetchi Kalichman, explicou que, a partir dos dados de dispensação da profilaxia pré-exposição (PrEP), é possível observar que, nos locais onde existem, no mínimo, três usuários de PrEP para cada pessoa iniciando o tratamento antirretroviral para HIV (Tarv), a quantidade de novas ocorrências da infecção reduz significativamente. “Neste caso, a PrEP funciona como um indicativo de que a cidade está tendo êxito na disponibilização de insumos por meio da estratégia da prevenção combinada como, por exemplo, a distribuição de camisinhas, lubrificantes, realizando a testagem regular, entre outras ações de prevenção para HIV e outras ISTs”.
Durante a apresentação, Kalichman informou que se estima que um milhão de pessoas vivam com HIV no Brasil. Destas, 90% foram diagnosticadas. Das pessoas diagnosticadas, 82% estão em terapia antirretroviral e, das que estão em Tarv, 95% estão em supressão viral. Esses números confirmam o trabalho do Ministério da Saúde para alcançar as metas 95-95-95.
Artur afirma que entre os meios para atingir esse objetivo está a criação do Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente (Ciedds), criado em abril deste ano por meio de decreto presidencial. Coordenado pelo Ministério da Saúde, o Comitê reúne um total de nove pastas ministeriais, com forte participação social, e marca um compromisso do governo brasileiro pelo fim de infecções e doenças determinadas.
“O Ciedds reconhece o grande impacto dos determinantes sociais na saúde das pessoas. Eu considero que o Brasil é um dos países que mais avançou nessa área da saúde coletiva, e nessa integração das ciências sociais com as ciências da saúde. Ele [Ciedds] é um comitê interministerial com a perspectiva de que há um conjunto de ações associadas para a eliminação das doenças que não estão somente no campo da biomedicina. Os dados mostram que quem está ficando para trás não é por falta de tecnologias, mas por não as acessar devido às vulnerabilidades e às inequidades sociais”, afirmou o coordenador-geral.
ExpoEpi
Após um hiato de quatro anos, a Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (ExpoEpi) retorna em sua 17ª edição. O objetivo do evento é divulgar as práticas exitosas dos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) que se destacaram pelos resultados alcançados em atividades relevantes para a Saúde Pública. Este ano, a ExpoEpi ocorrerá entre os dias 7 e 10 de novembro no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB). Nesta edição, a Mostra destacará os temas centrais dos 50 anos do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e os 20 anos da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente.