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VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Conferência magna de Jarbas Barbosa destaca conquistas e desafios dos 20 anos da SVSA
O diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, abordou conquistas e desafios dos 20 anos da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde na conferência magna da 17ª edição da Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (ExpoEpi).
Jarbas Barbosa iniciou sua apresentação lembrando do legado que contribuiu para a criação da SVSA, ressaltando a relevância do Centro Nacional de Epidemiologia (Cenepi) e de pessoas como Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Emílio Ribas e Adolpho Lutz para o desenvolvimento da vigilância, prevenção e controle de doenças no Brasil.
O diretor da Opas destacou, ainda, a importância da ExpoEpi. “A ExpoEpi tem algo singular, pois ela permite, ao mesmo tempo, uma atualização técnica dos participantes e buscar, neste Brasil imenso, aquelas melhores práticas que estados e municípios fazem, que vão ser apresentadas e discutidas no evento, sempre com a expectativa de que sirvam de modelo, que inspirem outras experiências bem-sucedidas”, afirmou.
Entre os principais progressos alcançados pela SVSA nos últimos 20 anos, Jarbas Barbosa destacou: a ampliação das vacinas disponíveis no Calendário Nacional de Vacinação; os acordos de transferência de tecnologia que fortaleceram a produção nacional de imunobiológicos; a consolidação das políticas de prevenção e controle de HIV no Brasil, que se tornaram modelo para outros países; a redução de casos de doenças determinadas socialmente, que poderá ser potencializada nos próximos anos com a atuação do Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente (Ciedds); a consolidação da vigilância de doenças não transmissíveis, com a realização de inquéritos regulares que proporcionam uma série histórica dos fatores de risco; a capacitação de profissionais pelo Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (EpiSUS), que qualifica a capacidade de vigilância e resposta nos âmbitos federal, estadual e municipal; e a relevância do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) e dos protocolos do Ministério da Saúde para o enfrentamento às emergências em saúde pública.
Entre os maiores desafios para os próximos anos, o diretor da Opas apontou: a necessidade de recuperação dos impactos negativos que a pandemia causou na saúde pública; combater as barreiras de acesso aos serviços de saúde, especialmente de vacinação; o fortalecimento da vigilância genômica, para identificar as variantes circulantes de doenças como a covid-19; realizar de maneira mais rápida e efetiva a incorporação de estratégias e tecnologias inovadoras; e aperfeiçoar a integração entre a atenção primária e a vigilância em saúde.
Em seu recado final, enfatizou o papel da saúde em contribuir com o desenvolvimento equitativo do país e com a redução da pobreza e da pobreza extrema. “A saúde, não tenhamos dúvidas, é um fator fundamental de aprofundar as desigualdades ou de ajudar a diminuir as desigualdades. Há algumas décadas, era dito que pobreza causava doença, mas doença também causa pobreza. São os mais pobres que mais adoecem de hipertensão, de diabetes, de tuberculose, de hanseníase. E, ao adoecerem, se tornam ainda mais pobres”, disse.
Antes da conferência magna, Jarbas Barbosa recebeu da secretária da SVSA, Ethel Maciel, um dossiê que será analisado pela Opas sobre a certificação da eliminação da filariose linfática no Brasil, doença que teve como último foco o município de Jaboatão dos Guararapes (PE).