Notícias
JULHO AMARELO
SVSA realiza seminário focado na eliminação das hepatites virais
Com o propósito de discutir estratégias e diretrizes para eliminar as hepatites virais B e C como problemas de saúde pública até 2030, a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS) – por meio do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi) – realiza, de 10 a 12 de julho, o seminário “Diálogos para a Eliminação das Hepatites Virais”. O evento ocorreu na sede da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs), em Brasília, e reuniu representantes estaduais e municipais, entidades parceiras e sociedade civil que atuam para essa extinção.
O seminário destacou a importância da intensificação das ações de vigilância, prevenção e controle para reduzir a mortalidade das doenças. O encontro também lembrou o Dia Mundial Contra as Hepatites Virais – 28 de julho, além do compromisso do Brasil em eliminar as hepatites B e C até 2030, alinhado à Agenda dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) e a Estratégia Global do Setor da Saúde da OMS.
Mauro Sanchez, secretário substituto da SVSA, destacou a criação do Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente (Cieds). “A criação do Comitê visa unificar os esforços iniciados por brasileiros na eliminação de várias doenças, incluindo as hepatites B e C. Para a hepatite B, a meta é eliminar a transmissão vertical da doença”, explicou.
Outro ponto colocado em evidência no encontro foi a participação do Brasil na consulta global sobre o desenvolvimento de critérios para a eliminação das hepatites virais e a atualização das orientações para a certificação da eliminação promovida pela OMS. “O país contribuiu com sugestões que foram acatadas, incluindo métodos alternativos e a possibilidade de certificação subnacional”, enfatizou Mauro Sanchez.
Os participantes do evento foram coordenadores estaduais e municipais de Programas de Hepatites; representantes dos Conselhos Nacionais de Secretários e de Secretarias Municipais de Saúde, Conass e Conasems, respectivamente; e lideranças da sociedade civil e outras entidades parceiras. A participação desses diversos setores se mostrou fundamental para o fortalecimento das ações conjuntas e para acelerar o progresso rumo à eliminação das hepatites virais no Brasil.
Cenário
Em relação ao cenário epidemiológico, os dados da Organização Mundial da Saúde revelam que aproximadamente 80% das pessoas infectadas pelo vírus da hepatite B ou C permanecem sem diagnóstico. Globalmente, as hepatites B e C continuam causando 1,1 milhão de mortes, superando a taxa de mortalidade do HIV.
No Brasil, estima-se que cerca de 1 milhão de pessoas vivam com infecção crônica pelo vírus da hepatite B, correspondendo a aproximadamente 0,48% da população. Quanto à hepatite C, apesar de 150 mil pessoas já terem sido tratadas e curadas até 2022, estima-se que ainda existam cerca de 520 mil pessoas com infecção ativa, que haviam sido diagnosticadas e tratadas.
Resposta nacional às hepatites virais
O Seminário Diálogos para a Eliminação das Hepatites Virais configura um passo importante na resposta a essas doenças. Com o engajamento de diversos setores e o compromisso do país, o Ministério da Saúde, por meio do Dathi/SVSA/MS, pretende avançar significativamente para a eliminação das hepatites B e C até 2030, confiante para um futuro mais saudável e livre dessas enfermidades.
Mário Gonzalez, responsável pela área de hepatites virais do Dathi, afirmou que a mobilização da sociedade em geral é de extrema importância para alcançar a meta junto à Agenda dos ODS. "Precisamos compreender a relevância dessa doença para que o Brasil possa caminhar além do controle do agravo, conseguindo alcançar a sua eliminação”, concluiu.
A mesa de abertura contou com a presença de especialistas e autoridades no assunto. Entre os palestrantes estavam: Marcelo Araújo, consultor nacional da Coordenação de Doenças Transmissíveis e Determinantes Ambientais da Saúde da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS); Alessandro Chagas, representante do Conasems; Felipe Proença, diretor do Programa da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps); e Neide Barros da Silva, representante dos Movimentos Sociais de Hepatites Virais. O evento segue até o dia 12 de julho, dando sequência à programação do Julho Amarelo, recentemente instituído como o mês de prevenção às hepatites.