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TUBERCULOSE
Ministério da Saúde integra tecnologias digitais ao Tratamento Diretamente Observado
Com o objetivo de facilitar a adesão ao Tratamento Diretamente Observado (TDO) da tuberculose no Brasil, a Coordenação-Geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias não Tuberculosas do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (CGTM/Dathi/SVSA), atualizou as definições da estratégia para integrar as tecnologias à supervisão do tratamento. Agora, os profissionais de saúde poderão utilizar, de forma oficial, aplicativos de celular, WhatsApp, Facetime, mensagens de SMS, ligação telefônica, dentre outras ferramentas, no acompanhamento dos usuários do serviço. A nota informativa com as especificações pode ser acessada aqui.
O TDO consiste na observação, pelo profissional de saúde, da ingestão dos medicamentos pela pessoa em tratamento para tuberculose, e deve ser realizado preferencialmente cinco dias na semana, ou, no mínimo, três vezes nesse período. Essa supervisão é preconizada pelo Ministério da Saúde, uma vez que reações adversas ao medicamento ou outros problemas podem impactar o tratamento de forma negativa. Com a pandemia de covid-19, as visitas domiciliares e o uso de medicamentos nos serviços de saúde foram suspensos ou ficaram comprometidos. Enquanto, em 2019, 35,4% das pessoas notificadas com tuberculose estavam em TDO, em 2021, essa porcentagem caiu para 30,2%, a menor desde 2008. Assim, o Programa Global de Tuberculose da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2022, formulou recomendações para o tratamento da doença, identificando tecnologias digitais que podem auxiliar nesse procedimento.
A tuberculose é uma doença determinada socialmente, ou seja, é uma condição influenciada por fatores sociais e econômicos que afetam de forma diferente pessoas sob maior vulnerabilidade. De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2021, do total de pessoas com tuberculose no Brasil, 14,4% interromperam o tratamento. Para a coordenadora-geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias não Tuberculosas (CGTM/Dathi/SVSA/MS), Fernanda Dockhorn, essa atualização é muito importante para a continuidade do tratamento, aumentando, assim, as chances de cura da doença. “Isso possibilita que a pessoa tenha mais autonomia sobre seu tratamento, e que tenha mais dispositivos para aderir sem precisar ir a serviços de saúde. Dessa forma, ela não precisa faltar o trabalho, pois, muitas vezes, são trabalhadores autônomos, então se não trabalham, não recebem”, explicou.
A coordenadora também informou que a publicação da nota informativa é uma maneira de organizar um processo que já era realizado pelos trabalhadores de saúde, e que agora está disponível no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), utilizado para notificação e investigação de casos de tuberculose no Brasil. “Hoje em dia, o profissional de saúde já realiza estratégias de adesão individualizadas; a ideia é organizar e deixar esse processo mais claro para todos. Assim, o profissional irá saber como pode proceder, quais instrumentos utilizar e como incorporar isso na rotina de trabalho. Agora, no Sinan, é possível registrar também o TDO realizado de forma virtual”, informou.