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RISCO ZERO
Ministério da Saúde vai intensificar mensagem para incentivar o diagnóstico e o tratamento antirretroviral do HIV
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um resumo de política, “O papel da supressão viral do HIV na melhoria da saúde individual e na redução da transmissão”, na 12ª Conferência da IAS, realizada recentemente em Brisbane, Austrália. De acordo com a OMS, as pessoas que vivem com HIV que têm uma carga viral indetectável e estão com boa adesão ao tratamento antirretroviral têm risco zero de transmitir o HIV para suas parcerias sexuais.
Conforme a gestão do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (Dathi/SVSA/MS), a mensagem do risco zero será intensificada junto às secretarias estaduais e municipais de saúde, bem como aos movimentos sociais e organizações da sociedade civil. O objetivo da pasta ministerial é incentivar o diagnóstico precoce e aumentar a adesão ao tratamento antirretroviral (Tarv).
Pela primeira vez, a OMS afirmou explicitamente que o risco zero de transmissão do HIV é possível por meio da adesão ao tratamento adequado para o HIV e que os sistemas e respectivas equipes de saúde devem reforçar a mensagem que indetectável é igual a intransmissível (I=I) e não há risco de transmissão. Além disso, o documento recomenda que os serviços de saúde que oferecem tratamento para pessoas que vivem com HIV ou aids, reforcem a mensagem em todas as consultas e oportunidades, apoiando os usuários de antirretroviral para que alcancem a supressão viral.
A carga viral indetectável é essencial para controlar a infecção pelo HIV, impedir o desenvolvimento de sintomas da doença e promover qualidade de vida para todas as pessoas que vivem com HIV, pois previnem a transmissão para parcerias sexuais ou a transmissão vertical (da mãe para o bebê durante a gestação).
De acordo com Draurio Barreira, diretor do Dathi, o anúncio da OMS deve ser reforçado pelos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS). “A maior autoridade da saúde mundial afirmou o que muitos profissionais de saúde ainda tinham receio de dizer. Vamos [Ministério da Saúde] intensificar a mensagem do ‘risco zero’ para que a hesitação em promover o I=I seja reduzida. Já está dado que comunicar de maneira objetiva e assertiva sobre os benefícios do tratamento encoraja o teste, reduz o estigma e melhora os resultados do tratamento de HIV”, destaca.
Além dos pontos enfatizados pelo diretor do Dathi, as conclusões do documento apresentado pela OMS especificam que o risco de transmissão com carga viral inferior a 1.000 cópias/mL é zero. Estas mensagens apoiam a implementação de avanços nas políticas públicas na direção da zero transmissão, zero discriminação e da construção da agenda de eliminação da epidemia de HIV como problema de saúde pública.