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LANÇAMENTO
Ministério da Saúde lança guia sobre teste que agiliza detecção de tuberculose resistente
Desde janeiro deste ano, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o exame LPA, sigla de Line Probe Assay, em inglês. O teste de hibridização com sonda em linha – nome em português – visa agilizar a detecção da tuberculose drogarresistente. Com intuito de apoiar as ações e o uso correto deste teste pelos profissionais da assistência à saúde e outros envolvidos no diagnóstico laboratorial da doença, o Ministério da Saúde lançou a publicação “Recomendações Técnicas para Laudo e Interpretação do Teste de Hibridização com Sonda em Linha (Line Probe Assay – LPA) para Tuberculose”.
A publicação está disponível no formato digital e, para Fernanda Dockhorn, coordenadora-geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias Não tuberculosas do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (CGTM/Dathi), o material é uma ferramenta importante para orientar os profissionais da assistência e do laboratório quanto à metodologia do teste e para a oferta de uma assistência segura e de qualidade às pessoas com tuberculose drogarresistente (TBDR).
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch. No Brasil, a doença é um sério problema de saúde pública, com profundas raízes sociais. A epidemia do HIV e a presença de bacilos resistentes tornam o cenário ainda mais complexo. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose.
Contudo, a tuberculose tem cura. O tratamento dura, no mínimo, seis meses, e em 15 dias, já diminui os sintomas da doença. A interrupção do tratamento antes do término aumenta a chance de seleção de cepas resistentes aos medicamentos e, com isso, ocorre o risco da TBDR. Outro problema que pode ocorrer com a interrupção precoce do tratamento é que as pessoas com tuberculose drogarresistente podem transmitir a bactéria para outras pessoas.
Conforme Draurio Barreira, diretor do Dathi, da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS), a ampliação da utilização do LPA é crucial. “O diagnóstico precoce é fundamental tanto para a detecção, quanto para interromper a cadeia de transmissão da tuberculose drogarresistente e isso é fundamental para alcançar a eliminação da tuberculose como problema de saúde pública no Brasil até 2030”, destaca o diretor.