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Brasil é convidado a integrar programa internacional de vigilância da gonorreia
O Ministério da Saúde (MS) participou do Congresso Mundial de Infecções Sexualmente Transmissíveis ISTs e HIV, ocorrido em julho, na cidade de Chicago, nos Estados Unidos. Durante o evento, o corpo técnico da Pasta foi convidado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a integrar o Programa Enhanced Gonococcal Antimicrobial Surveillance Programme (Egasp), em português: Programa Ampliado de Vigilância Antimicrobiana Gonocócica.
A oportunidade é um marco para o Brasil na resposta às ISTs, pois permitirá uma colaboração internacional na vigilância e controle dessas infecções, além de possibilitar a troca de conhecimentos e melhores práticas com especialistas de todo o mundo.
Na mesma semana em que o Ministério da Saúde recebeu o convite da OMS, o Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e ISTs da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (Cgist/Dathi/SVSA) lançou o "Relatório de Monitoramento da Sensibilidade do Gonococo aos Antimicrobianos no Brasil". O documento descreve as ações e resultados da vigilância na sensibilidade da bactéria aos antimicrobianos, realizada no Brasil por meio do Projeto SenGono – Vigilância Sentinela do Gonococo.
Os acontecimentos ressaltam a relevância do país no cenário internacional na vigilância e cuidado às infecções sexualmente transmissíveis e destacam o comprometimento em aprimorar estratégias de vigilância e controle para minimizar a disseminação dessas infecções.
SenGono
O SenGono é resultado de uma parceria entre o Ministério da Saúde, gestões estaduais e municipais, serviços de assistência e laboratórios locais conhecidos como sítios-sentinela, juntamente com o Laboratório de Biologia Molecular, Microbiologia e Sorologia da Universidade Federal de Santa Catarina (LBMMS/UFSC), que é o Laboratório de Referência Nacional para o projeto.
Os resultados da iniciativa destacam a evolução do perfil das cepas da Neisseria gonorrhoeae ao longo dos anos, enfatizando a importância da constante vigilância da sensibilidade e resistência do gonococo a antimicrobianos como penicilina, tetraciclina, ciprofloxacino, azitromicina, gentamicina, ceftriaxona e cefixima. Atualmente, o projeto está em sua 3ª edição e incluirá o processo de habilitação dos sítios para vigilância sentinela do corrimento uretral masculino no âmbito do SUS, de acordo com a Portaria n.º 1.553, de 17 de junho de 2020.
Segundo Angélica Espinosa Barbosa Miranda, coordenadora-geral da Cgist/Dathi/SVSA/MS, o projeto faz parte de um processo contínuo de vigilância nacional das ISTs no Brasil. Ela destaca que a prevenção, a vigilância, o diagnóstico e o tratamento são prioridades fundamentais do Ministério da Saúde na resposta à epidemia de ISTs, que afeta especialmente jovens de raça/cor preta e parda. “A garantia de um cuidado abrangente para essas pessoas está intrinsecamente ligada ao tratamento adequado e à sua eficácia, o que requer ações coordenadas, incluindo parcerias essenciais como o projeto SenGono”, explica.
Programa Global
Desde 1992, a OMS mantém um programa global de vigilância da sensibilidade do gonococo aos antimicrobianos (Gasp), onde o Brasil faz parte como um dos países membros, por meio do Projeto SenGono. Com o convite da OMS, agora integrará a versão ampliada do Programa.
Na estruturação do SenGono, o Ministério da Saúde assume responsabilidades essenciais, incluindo o suporte financeiro e técnico, a construção e sustentabilidade do projeto, a seleção e visitas de rotina aos sítios-sentinela para monitoramento da iniciativa e a atualização dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de ISTs.