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TUBERCULOSE
Saúde avança com novo tratamento para tuberculose
Incorporado no Sistema Único de Saúde (SUS) no segundo semestre de 2021, cerca de 10.500 tratamentos para a infecção latente da tuberculose já foram distribuídos. O novo esquema conhecido como 3HP é composto pelos medicamentos rifapentina associada à isoniazida. O tratamento da infecção latente da tuberculose reduz o risco de desenvolvimento de tuberculose ativa nas pessoas que tiveram contato com o bacilo e ajuda a interromper a cadeia de transmissão da doença.
A partir deste ano, a distribuição do novo tratamento ocorre de forma regular junto aos demais medicamentos para tuberculose enviados trimestralmente pelo Ministério da Saúde aos estados e Distrito Federal. Em nota informativa divulgada nesta terça-feira (1º), a pasta recomenda que o medicamento seja utilizado amplamente pelos serviços de saúde.
Essa nova alternativa de tratamento é considerada um grande avanço em relação ao controle da tuberculose no Brasil, pois exige menor tempo de administração, fator que pode contribuir para a adesão e a conclusão do tratamento.
De acordo com a coordenadora-geral de Vigilância das Doenças de Transmissão Respiratória de Condições Crônicas do Ministério da Saúde, Fernanda Dockhorn, “A incorporação do esquema 3HP é um marco histórico na prevenção da tuberculose que traz significativos avanços para a população atendida no SUS. Vamos juntos eliminar a tuberculose como um problema de saúde pública no Brasil”.
Entenda os esquemas terapêuticos
O SUS oferece três esquemas terapêuticos para a Infecção Latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB): isoniazida, rifampicina e a rifapentina associada à isoniazida (3HP). O primeiro exige nove meses de tratamento (270 doses diárias) e a rifampicina quatro meses (120 doses). Já a rifapentina associada à isoniazida é ministrada durante três meses (12 doses semanais). Essa diminuição significativa de doses garante melhor adesão, com menos efeitos adversos, contribuindo para a sua efetividade. Outra vantagem é a potencial redução de custos referentes ao armazenamento e à distribuição dos medicamentos pelo SUS.
ILTB
O novo esquema terapêutico é indicado para tratamento Infecção Latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB), que é um período que a tuberculose não se desenvolve de imediato, já que os bacilos causadores da TB ficam encapsulados e com sua atividade diminuída no pulmão. A pessoa infectada pode permanecer saudável por muitos anos, até mesmo décadas, sem transmitir o bacilo e com imunidade parcial à doença, podendo desenvolvê-la ao longo da vida.
A tuberculose é um problema de saúde pública no Brasil, com aproximadamente 64 mil casos novos diagnosticados em 2021. Por isso, o tratamento da ILTB é essencial para controlar a transmissão da doença no país. Todo tratamento de tuberculose é integralmente oferecido pelo SUS.
Transmissão
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactériaMycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. A doença afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. A transmissão acontece por via respiratória, pela eliminação de aerossóis produzidos pela tosse, fala ou espirro de uma pessoa com tuberculose ativa, sem tratamento; e a inalação de aerossóis por um indivíduo suscetível.
Com o início do tratamento, a transmissão tende a diminuir gradativamente, e em geral, após 15 dias, o risco de transmissão da doença é bastante reduzido. A tuberculose não se transmite por objetos compartilhados. A doença tem cura e o tratamento dura, em média, seis meses e deve ser feito até o final.
Créditos da foto: Tatiane Sandes.
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis