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Ministério da Saúde promove webinar sobre atualizações no tratamento da tuberculose drogarresistente
O Ministério da Saúde promoveu, nessa terça-feira (14), o webinar “Atualização do tratamento da tuberculose drogarresistente (TB DR): o que mudou e como organizar a rede? ”. A reunião contou com mais de 300 participantes. Organizado pela Coordenação-Geral de Vigilância das Doenças de Transmissão Respiratória de Condições Crônicas (CGDR/DCCI/SVS/MS), o evento teve como objetivo informar estados, municípios e unidades de referência de tuberculose a respeito das principais mudanças no protocolo de tratamento das pessoas com tuberculose drogarresistente.
O webinar foi moderado pela médica do Ambulatório Referência de TB do Rio Grande do Sul (Hospital Sanatório Partenon SES/RS), Gisela Unis, e teve como palestrantes a tecnologista da CGDR, Patrícia Bartholomay, a médica e coordenadora-geral da CGDR, Fernanda Dockhorn, e o médico pneumologista do Centro de Referência Professor Hélio Fraga (Fiocruz), Jorge Luiz da Rocha.
Patrícia Bartholomay abriu a reunião e apresentou breve panorama sobre a notificação da TB DR no Brasil, explorando conteúdos sobre o fluxo de informações entre o Sinan e o SITE-TB, sendo esse último o principal sistema para vigilância da TB DR. Algumas particularidades foram destacadas a respeito da notificação dos casos de TB DR.
Sobre os dados epidemiológicos, foi apresentada uma nova ferramenta do SITE-TB, composta por um dashboard com nove abas distintas. Essa ferramenta facilitará o monitoramento da situação epidemiológica da TB DR pelos estados, municípios e serviços de referência para TB. Atualmente, o país apresenta uma taxa de detecção de casos de TB multidrogarresistente ou resistente à rifampicina (MDR/RR) de 42,7%. Isso quer dizer que foram encontrados menos da metade dos casos estimados de TB MDR/RR para o país. A implantação do Teste Rápido Molecular para Tuberculose (TRM-TB) possibilitou uma melhoria na taxa de detecção, mas ainda é necessário avançar para diagnosticar e tratar todos os casos estimados.
Em seguida, a coordenadora-geral da CGDR iniciou a discussão sobre as principais mudanças do tratamento, com a incorporação da bedaquilina e delamanida. A coordenadora relembrou os princípios do tratamento da TB, as origens da resistência e a atualização e reclassificação das drogas pela Organização Mundial da Saúde no tratamento da TB DR. Os efeitos adversos da bedaquilina e delamanida também foram objetos de discussão, além da posologia adequada de uso e as suas contra-indicações.
O pneumologista e tisiologista Jorge Rocha ressaltou a alteração do esquema injetável para os tratamentos orais. Com relação à redução do tempo no uso de medicamentos, o especialista ressaltou que 18 meses de tratamento ainda é bastante longo e aguarda pelo desenvolvimento de novos fármacos. Destacou também o esforço que o Ministério da Saúde está fazendo para que haja disponível bedaquilina e delamanida para otimizar o tratamento da TB DR no Brasil.
Em sua apresentação, Jorge Rocha também destacou a importância dos esquemas padronizados e como montar esquemas individualizados, quando necessário. Segundo ele, é primordial que as equipes estejam atentas às interações medicamentosas e às necessidades específicas de cada pessoa em tratamento. Para o pneumologista, outros aspectos que devem ser levados em consideração pelas coordenações de tuberculose e as equipes de referências são a gestão do caso clínico, a importância das estratégias de adesão e a modulação das drogas.
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis