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EVENTO
Ministério da Saúde promove Semana Nacional de enfrentamento à sífilis e à sífilis congênita
- Foto: João Paulo Carvalho de Moraes
O Ministério da Saúde está promovendo entre os dias 19 a 20 de outubro, um ciclo de debates e palestras virtuais em alusão à Semana Nacional de Enfrentamento à Sífilis e à Sífilis Congênita.
Participam do evento, técnicos e especialistas do Ministério da Saúde, Conass, Conasems, OPAS/OMS, Unicef, Unaids, Unesco, universidades, Conselhos de Classe, sociedades científicas, sociedade civil e representantes das coordenações de IST/Aids dos estados e municípios e profissionais de saúde de todo país.
O primeiro dia do encontro contou com palestras e debates e exposição de dados sobre a questão da sífilis durante a pandemia, atualização do Guia para Certificação da Eliminação da Transmissão de HIV e Sífilis e certificação por meio de Selo de Boas Práticas rumo à eliminação da doença. Os participantes também tiveram a oportunidade de discutir sobre estratégias de Radiodifusão em prevenção à sífilis. Além disso, palestrantes de diversos estados também apresentaram experiências para o enfrentamento da sífilis congênita nos territórios.
O Seminário tem os profissionais de saúde como público alvo. Durante o evento, o Ministério da Saúde deu visibilidade aos resultados dos projetos desenvolvidos no âmbito do Termo de Cooperação número 66, os quais abrangeram estratégias nas ações para o enfrentamento da sífilis adquirida, sífilis na gestação e da sífilis congênita, com foco principal na eliminação da transmissão vertical dessa infecção no país.
Compromisso
Reforçando o compromisso do país para o enfrentamento da sífilis congênita, durante a abertura do evento, o secretário de Vigilância em Saúde Arnaldo Medeiros também apresentou a atualização do Guia para Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical de HIV e/ou Sífilis. Como forma de incentivar estratégias e ações dos estados e municípios para promover, no futuro, a dupla eliminação de HIV e sífilis, o Guia objetiva padronizar o procedimento para a Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical de HIV e/ou Sífilis em municípios com 100 mil ou mais habitantes e em estados que cumpram e mantenham critérios mínimos, bem como alcancem as metas de eliminação por meio dos indicadores estabelecidos, explicou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Arnaldo Medeiros, também destacou que o SUS oferece testagem e tratamento gratuito para a sífilis, inclusive durante o pré-natal. “Em 2021 foram distribuídos mais de 6 milhões de testes rápidos até setembro. O MS investiu 7,95 milhões em tratamentos para sífilis adquirida e mais de 1 milhão de reais em tratamento para sífilis Congênita, afirmou.
Dentre outras, as novidades no enfrentamento da doença no Brasil, também estão a atualização do Manual Técnico para Diagnóstico da Sífilis, o lançamento do Boletim Epidemiológico 2021 e a Exposição que o MS está organizando com o objetivo de difundir conhecimento a respeito do tema. A exposição pretende levar em conta a Saúde Pública como um dispositivo de educação em saúde e de democratização do acesso à informação. O evento foi pensado em três módulos: história; ciência; e arte e será realizado de 17 de novembro a 20 de fevereiro de 2022, no Centro Cultural do Patrimônio do Paço Imperial, no Rio de Janeiro- RJ.
Números
A Semana Nacional de Enfrentamento à Sífilis e à Sífilis Congênita vem alertar sobre a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado. O público-alvo da campanha inclui gestantes e seus parceiros, homens e mulheres entre 20 e 35 anos. Em 2020, 38,8% das notificações de sífilis adquirida ocorreram em indivíduos entre 20 e 29 anos, e 56,4% das gestantes também tinham essa idade. Além disso, 56,4% das crianças que nasceram com sífilis congênita vieram de mães com idade entre 20 e 29 anos.
Dados do boletim epidemiológico de sífilis publicado pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) apontam uma redução de 26,5% na taxa de detecção de casos de sífilis adquirida em 2020, se comparados com 2019. O documento mostra que a cada 100 mil habitantes, 54,5 testaram positivo para sífilis adquirida. A maior parte das notificações ocorreu em indivíduos entre 20 e 29 anos de idade. Em 2019, o Brasil chegou a identificar 74,2 a cada 100 mil pessoas. Os dados de sífilis em gestante e sífilis congênita mostraram aparente estabilidade. Estes dados precisarão ser monitorados para se avaliar o impacto da pandemia de covid-19 nas notificações de sífilis.
“Quando observamos as notificações, a gente vê claramente que houve um pico de casos de Sífilis no ano de 2018. Mas, de 2019 a 2020, assistimos a uma considerável queda nos registros. E aí, exaltamos a atuação da Atenção Primária que tem feito o diagnóstico precoce da doença e tratamento correto e adequado. Isso significa que o SUS está dando uma resposta cada vez mais rápida em relação a essa doença”, contou o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo de Medeiros.
Pandemia
Em meio à pandemia de Covid-19, em 2021, o MS adotou uma série de medidas. Dentre elas destacam-se: a atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) que também foi publicado em formato de artigos na Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde, elaboração e divulgação dos fluxogramas de manejo clínicos das Infecções Sexualmente Transmissíveis IST, que estão disponíveis em versão on-line na página do DCCI; o Curso sobre Atenção Integral às Pessoas com IST, realizado em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com a finalidade de oferecer qualificação profissional a distância, com acesso aberto, gratuito e autoinstrucional, disponível na plataforma Avasus. Todas essas ações foram realizadas de forma a fortalecer o SUS em sua capacidade de enfrentamento às IST mesmo em momentos adversos.
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis