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Ministério da Saúde lança Estratégia de Busca Ativa de Casos de Hanseníase em 78 municípios brasileiros
O Ministério da Saúde lançou nesta segunda-feira (9), a Estratégia de Busca Ativa de Casos de Hanseníase, que vai realizar capacitação de 5.500 profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) em diagnóstico, tratamento e uso do teste rápido em contatos domiciliares de pessoas acometidas pela doença. A ação ocorrerá em 78 municípios prioritários, selecionados de acordo com o alto índice endêmico, porte populacional e impacto na redução na detecção de casos.
A ação de Busca Ativa é realizada pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) por meio do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI), e da Secretaria de Atenção Primária a Saúde. As atividades compõem a capacitação das equipes da APS para o diagnóstico e tratamento, sendo disponibilizados 2.000 testes rápidos para a formação de profissionais habilitados para sua aplicação. Outro ponto de destaque é a capacitação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) para o uso do Questionário de Suspeição em Hanseníase – QSH, que orienta na identificação de sinais e sintomas da doença e contribui para detectar precocemente e evitar o surgimento de incapacidades físicas.
O Brasil já é o primeiro país no mundo a ofertar testes de apoio diagnóstico da hanseníase para a atenção à saúde. O teste rápido será feito na Atenção Primária à Saúde com previsão de disponibilidade para a rede no segundo semestre de 2022.
Segundo o Boletim Epidemiológico Hanseníase 2022, do Ministério da Saúde, entre os anos de 2011 a 2020, foram diagnosticados 284,7 mil casos novos de hanseníase no Brasil. A taxa de detecção geral de casos novos, nesse período, apresentou uma redução de 51,9%, passando de 17,65 em 2011 para 8,49 casos por 100.000 habitantes em 2020.
“É bom estar lançando um programa que tem significado tão especial. Quero destacar a luta dos movimentos sociais, uma vez que demos passos importantes para eliminação da doença, e assim devolver a essa população a autovalorização, sem carregar o estigma, o isolamento e o preconceito que historicamente os acometidos pela hanseníase carregavam”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros.
“É uma doença que países da Europa ou os Estados Unidos não irão se preocupar em reduzir seus casos. Ela não dói, não coça e esse é o maior risco. A hanseníase é endêmica, só países como Brasil e Índia é que terá que se preocupar com a transmissão, diagnóstico e tratamento. Por isso é importante recuperarmos a escola brasileira quanto ao estudo dessa doença. Você pode fazer a cura do bacilo, mas a incapacidade física do paciente pode ser para sempre. E aí entram as questões ligadas ao estigma e preconceito”, afirmou o diretor do DCCI, Gerson Pereira.
“O Brasil é o país que pode falar com propriedade da doença para o mundo. Precisamos saber onde estão e quantas são as pessoas com a doença”, ressaltou a representante da Organização Pan-Americana de Saúde no Brasil, Socorro Gross.
O secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara, chamou a atenção para o cuidado no diagnóstico da doença. “Não é fácil diagnosticá-la. É preciso fazer a triagem para depois se chegar ao diagnóstico. Por muitas vezes a doença não é descoberta ou é diagnosticada precipitadamente. Por isso convoco os profissionais de saúde para que chamem a população sobre os riscos e os sinais aparentes no corpo”.
Também participaram da solenidade de lançamento da ação o secretário-adjunto de Assistência à Saúde da Secretária de Saúde do Distrito Federal Pedro Zancanaro e o subsecretário da Secretaria de Saúde do Distrito Federal Divino Valero Martins.
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis