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Especialistas debatem hepatites virais na Atenção Primária em Saúde
Com o objetivo de fomentar atividades técnicas para a eliminação das hepatites virais na América do Sul, foi realizado no dia 3 de novembro o webinar Presidência Pro Tempore do Brasil no Mercosul 2/2021 – seminário As Hepatites B e/ou C no contexto da atenção primária à saúde: descentralizando o cuidado e ampliando acesso. O evento foi promovido pelo Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI-SVS).
Participaram a coordenadora-geral de Vigilância do HIV/aids e das Hepatites Virais do DCCI, Ana Cristina Garcia Ferreira; o médico da família e comunidade da Secretaria Municipal de Florianópolis, Ronaldo Zonta; a professora da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidades de São Paulo (USP), Lucieli Pedreschi Chaves; e os técnicos de hepatites virais do DCCI, Elton Carlos de Almeida e Karen Tonini. O webinar teve como público-alvo lideranças dos programas nacionais de hepatites virais, profissionais e gestores de saúde, representantes da sociedade civil dos países membros do Mercosul.
A professora Lucieli Chaves apresentou abordagens acerca da organização dos serviços com foco na atuação da enfermagem e lançou perguntas para reflexão sobre como pode ser melhorado o acesso à atenção às hepatites virais, com ênfase na prevenção, práticas de autocuidado, abordagem multiprofissional, continuidade assistencial monitoramento do cuidado. “Podemos avançar na questão do tratamento? Como fazer isso? Para além de conseguir colocar a pessoa no serviço referência, mas não perdê-la de vista. Sabemos que há interfaces com questões culturais e sociais, por isso a necessidade de termos ações que extrapolem a dimensão biologista do cuidado, com um olhar mais ampliado”, afirmou. A relação e o papel do enfermeiro em relação à enfermagem e os desafios para ampliar o acesso à atenção às hepatites virais também foram abordados pela professora. “Quais as estratégias de estados e municípios? Como a atenção primária em saúde está organizada no território? Qual o protagonismo desejado para o enfermeiro na atenção às hepatites virais?”
O consultor técnico do DCCI, Elton Carlos de Almeida, iniciou sua apresentação perguntando quais tipos de ações na ponta os profissionais podem fazer em seus territórios. O processo de capacitação com ações de prevenção e promoção à saúde, ampliação de diagnóstico e nível de atenção do cuidado durante o tratamento são algumas das alternativas. “É preciso que as hepatites virais sejam debatidas constantemente nos territórios. Mais do que isso, verificar como as ações estão sendo realizadas. É fundamental que nós nos reunamos com estados e municípios para definir qual a melhor estratégia para cada local para que o enfermeiro elabore as ações estratégicas e tome decisões”, disse. Ele adiantou que o Ministério da Saúde, em parceria com a OPAS e a UFCSPA de Porto Alegre, estão prestes a lançar o curso: A Enfermagem no Contexto das Hepatites Virais, que tem como objetivo as bases para a compreensão para o enfrentamento das hepatites virais e o cuidado de enfermagem na atenção integral a esses agravos.
Já para o médico Ronaldo Zonta é necessário trazer a qualificação clínica para a atenção primária. “Ainda temos uma atenção primária fechada em alguns aspectos. Temos que atender as populações vulneráveis, aprendendo a identificar essas pessoas e desenvolvendo formas de comunicação adequadas para as suas necessidades”. Ele expôs um projeto desenvolvido em Florianópolis em que descentraliza o cuidado às pessoas vivendo com HIV-aids, cujo modelo pode contribuir para a implementação dessa ação para as hepatites virais. “É preciso atuemos com a interdisciplinaridade, buscando informações entre profissionais de saúde de várias áreas que muitas vezes acompanham a mesma família e o paciente há muitos anos”.
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis