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HANSENÍASE
Câmara instala Frente Parlamentar de Enfrentamento da Hanseníase
Na última quarta-feira (19) foi instalada, em Brasília, a Frente Parlamentar de Enfrentamento da Hanseníase. Durante reunião online, com a participação do diretor do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI), Gerson Pereira, a deputada federal Tereza Nelma (PSDB-AL) confirmou a instalação da Frente Parlamentar. “Queremos garantir ações que colaborem para a eliminação da hanseníase no Brasil”, afirmou a deputada.
De acordo com o Boletim Epidemiológico da Hanseníase, lançado em 2020 pelo Ministério da Saúde, entre os anos de 2014 e 2018, foram diagnosticados 140.578 casos novos da doença no país. Destes, 77.544 ocorreram em homens (55,2% do total), sendo a faixa etária entre 50 e 59 anos a que registrou maior ocorrência, com 26.245 casos novos. O Brasil é o segundo país do mundo com maior número de casos, atrás apenas da Índia.
O sistema atual de tratamento adotado no Brasil, de esquema de poliquimioterapia, está em uso desde 1983. Apesar de o país receber doações de medicamentos da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), que também os distribui a todos os países endêmicos, o diretor do DCCI, Gerson Pereira, afirmou que o Brasil precisa ter sua produção própria. “Pretendemos fazer audiência pública com todos os representantes de laboratórios públicos e privados para termos uma fabricação interna de medicamentos. Ser o segundo país com casos da doença já justifica a produção nacional”.
Gerson Pereira ressaltou o apoio da Câmara dos Deputados para a criação da Frente, o que alavanca a possibilidade tanto da fabricação de medicamentos quanto da busca por opções de diagnóstico e de tratamento. “A hanseníase é uma das doenças mais negligenciadas e não tínhamos, até então, o parlamento para nos ajudar em aspectos importantes. Precisamos correr contra o tempo pois ainda atuamos com as mesmas técnicas para detectar e tratar. A criação do DCCI ocorreu para que pudéssemos ter mais apoio para questões como a da hanseníase, trabalhada com doenças transmissíveis com populações vulneráveis” afirmou.
“Precisamos alcançar a eliminação da hanseníase como problema de saúde pública, ter qualidade de diagnóstico e investir na melhoria dos testes. Ao fazermos a detecção precoce, vamos evitar novas infecções e a incapacidade, que leva ao estigma e discriminação às pessoas. Precisamos, de fato, conhecer o tamanho do nosso problema, saber a sua magnitude”, destacou o diretor do DCCI que citou, ainda, a parceria do Ministério da Saúde com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), que realiza pesquisa com modelos matemáticos para estimar a quantidade de casos.
A reunião contou também com a participação das deputadas federais Carmen Zanotto (Cidadania-SC); Ângela Amin (Progressistas-SC), Jandira Feghali (PC do B-RJ); Érika Kokai (PT-DF); e de representantes da sociedade civil.