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Líder nacional na produção agrícola, Mato Grosso tem seis dos dez municípios que mais geraram riqueza nesse segmento no ano passado
Mato Grosso foi responsável por quase R$ 175 bilhões dos pouco mais de R$ 830 bilhões de valor da produção agrícola brasileira no ano passado. O estado gerou 21% de toda a riqueza nacional nesse segmento da economia. O dado consta da pesquisa sobre Produção Agrícola Municipal (PAM) divulgada em meados de setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa riqueza gerada por Mato Grosso foi maior do que a produzida pela região Sul do país; em 2022, juntos, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina geraram R$ 169 bilhões em valor da produção agrícola. Depois de Mato Grosso, os estados que mais geraram riqueza na agricultura brasileira no ano passado foram São Paulo, com R$ 103 bilhões, e Minas Gerais, com mais de R$ 87 bilhões.
Entre os 10 municípios brasileiros com os maiores valores de produção agrícola no ano passado, seis são de Mato Grosso. O destaque, pelo quarto ano consecutivo, foi Sorriso, que gerou quase R$ 11,5 bilhões de riqueza, sendo R$ 5,8 bilhões relacionados à cultura da soja. O segundo e o terceiro lugares também são do estado: Campo Novo do Parecis, com R$ 8,15 bilhões (sendo R$ 3,7 bilhões da soja), e Sapezal, com R$ 8 bilhões (R$ 3,6 relacionados ao algodão).
Nova Ubiratã, que gerou R$ 6,8 bilhões de riqueza agrícola, Nova Mutum, com R$ 6,3 bilhões, e Diamantino, com R$ 5,8 bilhões, são os outros três municípios mato-grossenses de destaque entre os dez principais do país. Nos três, a cultura agrícola que mais contribuiu para a geração de riqueza foi a soja.
Completam o grupo dos dez municípios que mais geraram riqueza agrícola no Brasil em 2022: Rio Verde-GO, com quase R$ 8 bilhões; São Desidério-BA, que gerou R$ 7,6 bilhões; Jataí-GO, que gerou R$ 6,3 bilhões; e Formosa do Rio Preto-BA, com R$ 6,2 bilhões. Nesses quatro municípios, também a soja foi a cultura agrícola que mais gerou riqueza ano passado.
Liderança - No ano passado, Mato Grosso contribuiu com 30,2% da produção nacional de grãos. Na sequência, vieram Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul. Foram 38 milhões de toneladas de soja produzidas em terras mato-grossenses. No milho, a produção - que é praticamente toda em segunda safra - chegou a 38,3 milhões de toneladas. Em ambas as culturas agrícolas, Sorriso foi o município maior produtor: 2,1 milhões de toneladas de soja e 3,8 milhões de toneladas de milho.
Em termos de valor da produção agrícola, os R$ 830,1 bilhões registrados em todo o país em 2022 ficaram distribuídos da seguinte maneira: R$ 345,4 bilhões gerados pela soja; R$ 137,7 bilhões pelo milho; R$ 95,2 bilhões por outros 54 produtos; R$ 93,5 bilhões pela cana-de-açúcar; R$ 51,8 bilhões pelo café; R$ 33,1 bilhões pelo algodão herbáceo.Também tiveram relevantes valores de produção no ano passado no Brasil o trigo, o arroz, a mandioca, a laranja e o feijão.
De acordo com Maurício Munhoz, superintendente de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (SFA-MT), órgão ligado ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), “a economia gerada pelo agronegócio, pela produção primária, está dando saltos para a industrialização e para o setor de serviços”.
Em Sorriso, segundo ele, está havendo esse processo: “a agricultura continua forte e se expandindo, mas está alavancando outros setores da economia; no caso da região de Sorriso, especialmente o setor de serviços. São serviços mais complexos, que pagam mais, giram positivamente a roda da economia e transformam o ambiente econômico num ambiente muito desenvolvido”.